Nacional

Apelos do PS ao voto útil mostram “taticismo eleitoral”, diz Tavares

“O que é verdadeiramente útil para a Esquerda é ir à Direita buscar esses votos”, vincou Fotos: André Kosters/Lusa

O porta-voz do Livre considerou, esta quarta-feira, que os apelos do líder do PS, Pedro Nuno Santos, ao voto útil demonstram um “certo derrotismo” e “taticismo eleitoral”.

“Os apelos de Pedro Nuno Santos ao voto útil, já o disse várias vezes durante os debates e mesmo cara a cara, acabam por demonstrar, enfim, demasiado taticismo eleitoral e, às vezes, até passar uma mensagem, que suponho que não seja essa a intenção, mas de um certo derrotismo”, afirmou Rui Tavares.

Durante uma distribuição de panfletos e contacto com a população no Saldanha, em Lisboa, onde chegou de bicicleta, o dirigente do Livre vincou que o que é preciso é ir buscar os votos à Direita. “O que é verdadeiramente útil para a Esquerda é ir à Direita buscar esses votos”, vincou.

Rui Tavares disse ainda não se opor a que nenhum partido da Esquerda cresça porque o objetivo é ir buscar os votos de quem é de Esquerda, mas que, por algum motivo, têm votado na Direita. Uma Direita que está cada vez mais radicalizada, cada vez mais extremista e cada vez mais até insensível àquilo que é a luta das pessoas, frisou.

Cconfusões sobre a Spinumviva vão continuar

O porta-voz do Livre afirmou também hoje que as "confusões" de Luís Montenegro sobre a empresa da sua família vão continuar, alegando que o líder da AD não as quer esclarecer. “A confusão continua. As confusões de Luís Montenegro vão sempre continuar porque Luís Montenegro não quer desfazer as confusões. A Spinumviva [empresa da família de Montenegro] é, neste momento, um potencial veículo de interesses”, disse Rui Tavares no final de uma pedalada, iniciativa já habitual nas campanhas eleitorais do partido.

O dirigente do Livre reagia, questionado pelos jornalistas, à notícia do jornal "Correio da Manhã" que, na sua edição de hoje, revela que a empresa da família de Luís Montenegro mantém a sede na sua casa em Espinho, no distrito de Aveiro, apesar de este ter dito há quase três meses que iria mudar de local.

“Isto não é um percalço na campanha eleitoral, é um problema estrutural da carreira de Luís Montenegro que tem uma trajetória política na qual estas coisas se confundem”, salientou Rui Tavares, para quem o país está a caminho de eleições antecipadas devido a esse caso. “Está a fazer mal à democracia portuguesa e isso é um preço que se vai pagar sempre, pagaremos todos, mas à frente”, sublinhou.

JN/Agências