O influenciador norte-americano de esquerda Hasan Piker queixou-se, esta segunda-feira, de que a polícia o manteve retido durante horas no aeroporto internacional de Chicago para o interrogar sobre as suas opiniões contrárias às do presidente Donald Trump.
Piker tem milhões de seguidores no YouTube, Twitch e X e diz ter nacionalidade americana. Num vídeo, conta que, ao regressar de uma viagem a França, autoridades migratórias levaram-no para uma sala isolada no aeroporto, onde o mantiveram durante duas horas.
Segundo o influenciador, o agente que o interrogou pediu-lhe que manifestasse a sua posição relativamente a vários temas. "Perguntou: 'Falas sobre Trump?'. Essa foi a primeira vez que respondi: 'Que pergunta é essa?'", continuou. "Eu não gosto do Trump. O que vai fazer? Isso é protegido pela Primeira Emenda", disse Piker, que afirma que o seu conteúdo nunca violou as leis. "Acho que fazem isso para tentar criar um ambiente de medo, para que pessoas como eu se calem."
A responsável do Departamento de Segurança Interna Tricia McLaughlin negou que as opiniões políticas de Piker tenham motivado a triagem, segundo a imprensa. "Ao entrar no país, esse indivíduo foi encaminhado para uma inspeção mais aprofundada, um processo legal e rotineiro, que acontece diariamente e pode ser aplicado a qualquer passageiro. Após a inspeção ser concluída, foi prontamente libertado", explicou.
O grupo Defending Rights & Dissent manifestou consternação com a possibilidade de que autoridades prendam comentadores políticos para os interrogar sobre atos protegidos pela Constituição.
Defensores dos direitos humanos criticam o governo republicano por ter cancelado centenas de vistos de estudantes estrangeiros por motivos polémicos. Alguns deles são acusados de ativismo pró-Palestina.