A Liga de Bombeiros Portuguesa (LBP) insiste na demissão do presidente da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), Tiago Oliveira, e exige à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) um esclarecimento público sobre o financiamento dos bombeiros.
A LBP acredita que o silêncio de Tiago Oliveira, desde as polémicas declarações da passada sexta-feira, tem adensado um clima de desconfiança e apela à sua demissão. Segundo a LBP, o responsável da AGIF perdeu a credibilidade diante dos bombeiros, os "principais agentes de proteção civil".
Para clarificar as dúvidas suscitadas pelas palavras do presidente da AGIF, a LBP exigiu, esta segunda-feira, em comunicado, que a ANEPC esclareça publicamente a forma de financiamento dos corpos de bombeiros, via Associações Humanitárias de Bombeiros. A Liga espera ainda que o Governo se pronuncie em defesa da honorabilidade dos bombeiros.
As declarações do presidente da AGIF também não foram bem recebidas pela Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), que em comunicado repudiou as declarações de Tiago Oliveira. Os municípios sublinharam o "decisivo papel dos municípios" na prevenção de incêndios e no apoio financeiro aos bombeiros, que garantem "a segurança e socorro da população" e remataram que os municípios "são os principais interessados na redução dos incêndios rurais, na defesa da floresta e, sobretudo, na defesa das populações".
A Comunidade Intermunicipal do Algarve também pediu na sexta-feira a demissão de Tiago Oliveira, declarando que "após vários anos no cargo" o presidente da AGIF "continua a não conhecer a realidade do setor".
Na audição parlamentar de 20 de julho na Comissão de Agricultura e Pescas da Assembleia da República, o presidente da AGIF disse que há municípios a gastar "uma barbaridade de dinheiro nos bombeiros" e "corpos de bombeiros a receber em função da área ardida".
A Liga garante que se trata de uma falsidade e afirma ainda que as verbas compensatórias recebidas pelos bombeiros são "insuficientes". Desde então, têm insistido numa correção por parte de Tiago Oliveira, pedido que, até à data, ainda não aconteceu.