Justiça

Mulher de 37 anos detida por "sextortion"

PJ deteve mulher suspeita de sextortion

Convencia as vítimas a enviar imagens e vídeos íntimos através das redes sociais e extorquiu-lhes meio milhão de euros. A estrangeira de 37 anos, suspeita dos crimes de branqueamento, burla qualificada e extorsão, foi detida pela Polícia Juiciária de Aveiro. Ficou em prisão preventiva

O golpe, explica a PJ, passa pela abordagem através das redes sociais das vítimas que são convidadas a partilhar conteúdos íntimos (imagens ou vídeos), convencidas de estarem a iniciar um relacionamento amoroso.

Na posse das fotos e vídeos, os criminosos, assumindo serem supostas autoridades policiais ou judiciárias de um país africano ou sul americano e exigem a entrega de elevados valores. Dizem que estão em causa menores, ameaçando divulgar as imagens junto de familiares, amigos e contactos profissionais.

Neste caso, a origem da investigação não esteve em queixas das vítimas, mas nos elevados montantes e nas constantes movimentações de dinheiro na conta da mulher agora detida. Esta, segundo apurou o JN, é natural de um país africano de língua oficial portuguesa (PALOP) e residia na zona urbana de Aveiro, não ostentando sinais exteriores de riqueza.

Dinheiro ia para África

Nos últimos seis meses  transferiu para o seu país cerca de meio milhão de euros. Foi a suspeita de branqueamento de capitais que levou a PJ a investigar a mulher, concluindo que na origem da fortuna estavam os casos de “sextortion”.  Atendendo ao montante obtido em tão pouco tempo, a PJ acredita que poderá haver mais  envolvidos.

Os inspetores de Aveiro já identificaram “meia dúzia” de vítimas, mas acreditam que serão muitas mais. Ainda nenhuma apresentou queixa e a maioria poderá não fazê-lo por “vergonha”, segundo a mesma fonte.

A suspeita foi detida na segunda-feira, em casa, e foi ouvida ontem no DIAP de Aveiro, tendo ficado sujeita à medida de coação de prisão preventiva, até existirem condições para vigilância eletrónica domiciliária. É suspeita dos crimes de branqueamento, burla qualificada e extorsão.

João Paulo Costa