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Mulheres transgénero banidas do concurso Miss Itália

Concurso Miss Itália baniu as concorrentes transgénero DR / Arquivo

O concurso Miss Itália baniu as concorrentes transgénero, semanas depois de o Miss Holanda ter coroado a primeira vencedora transexual. No entanto, para participarem na versão italiana, devem ser mulheres "desde nascença".

"Desde que começou, o meu concurso sempre previu nos regulamentos que as participantes têm de ser mulheres", salientou a responsável pelo concurso da Miss Itália, Patrizia Mirigliani, à "Radio Cusano", citada pelo portal "Newsweek".

"Ultimamente, os concursos de beleza têm tentado ser notícia, recorrendo a estratégias que considero um pouco absurdas", acrescentou a responsável.

"Desde que surgiu, o concurso previu no seu regulamento a regra segundo a qual se deve ser mulher desde nascença. Provavelmente porque, já nessa altura, se previa que a beleza poderia sofrer modificações, ou que as mulheres poderiam sofrer modificações, ou que os homens poderiam tornar-se mulheres", explicou Mirigliani, em declarações ao jornal "Il Primato Nazionale".

Apoio aos transexuais

Em 2016, o Instituto Williams da Faculdade de Direito da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, realizou uma sondagem em 23 países, incluindo Itália, para avaliar o apoio mundial aos transexuais. A maioria desses 21 países, incluindo Itália, "apoia políticas que proíbem a discriminação contra pessoas transgénero".

Rússia foi o país que obteve a classificação mais baixa, com 41 em 100, enquanto Espanha registou a classificação mais elevada, com 74. Itália ficou em 57º lugar na sondagem.

Mulher transgénero ganhou o Miss Holanda

De acordo com o Huffington Post Itália, Mirigliani revelou que, embora estivesse feliz pelo facto de o concurso de Miss Holanda ter incluído mulheres transgénero, garantiu que as regras do concurso italiano não serão alteradas para permitir a participação de transexuais.

As declarações surgem depois de, este mês, uma mulher transgénero ter vencido o concurso Miss Holanda. Rikkie Valerie Kolé, que se prepara para participar na Miss Universo 2023, disse que espera "conseguir trazer mudanças para a sociedade". Em 2012, o concurso Miss Universo anunciou que estava a alterar as suas regras para permitir a participação de mulheres transexuais.

Alice Carqueja