Média

Sindicato considera "ofensivo e grave" que tribunal feche a porta aos jornalistas

Julgamento com tribunal de júri do homem acusado do homicídio de uma mulher grávida na Murtosa, que está agendado para 19 de maio, no Tribunal de Aveiro, vai decorrer à porta fechada Foto: Maria João Gala / Arquivo

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) considerou, esta quarta-feira, “inaceitável” a decisão do Tribunal de Aveiro de conduzir o julgamento à porta fechada do homem acusado do homicídio de uma mulher grávida na Murtosa.

De acordo com o comunicado publicado hoje, o SJ considera “ofensivo e grave que um tribunal feche a porta aos jornalistas […] é inaceitável que um tribunal pretenda selecionar a informação a disponibilizar aos cidadãos”.

“O comunicado enviado aos jornalistas pelo Tribunal Judicial da Comarca de Aveiro é uma afronta à liberdade de imprensa e ao direito à informação, consagrados na Constituição da República Portuguesa”, lê-se em comunicado.

O sindicato aponta que “esta atuação tem como efeito controlar a informação” o que pode contribuir para a “desconfiança dos cidadãos” relativamente à “sentença que vier a ser proferida” e até mesmo dos “próprios tribunais”.

“Podemos esperar processos por desobediência aos jornalistas que quiserem cumprir com o seu dever de profissão que é um direito coletivo consagrado na Constituição”, questionou o SJ, em comunicado.

O julgamento com tribunal de júri do homem acusado do homicídio de uma mulher grávida na Murtosa, que está agendado para 19 de maio, no Tribunal de Aveiro, vai decorrer à porta fechada, informou na terça-feira fonte judicial.

Segundo um comunicado de terça-feira do juiz presidente da Comarca de Aveiro, a juíza titular do processo determinou a exclusão da publicidade da audiência de julgamento e demais atos processuais, o que quer dizer que apenas podem assistir “as pessoas que nele tiverem de intervir, bem como outras que o juiz admitir por razões atendíveis”.

JN/Agências