Nacional

Contra-relógio de reuniões não trava greves dos médicos

Joana Bordalo e Sá, da FNAM, classifica a atitude do Ministério da Saúde como "lamentável" Rui Oliveira/Global Imagens

FNAM anuncia nova greve em agosto, além de 5 e 6 de julho. Sindicato Independente dos Médicos também admite convocar paralisações.

O ministro da Saúde convocou para hoje uma última reunião com os sindicatos dos médicos mas o contra-relógio não vai travar greves no Serviço Nacional de Saúde. A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) que já tem uma paralisação convocada para a próxima semana (5 e 6), anunciou nova greve para agosto, que pode coincidir com a Jornada Mundial da Juventude. O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) também vai avançar para greves.  

As negociações duram há 14 meses sem que o Governo tenha colocado em cima da mesa uma proposta formal de revisão das grelhas salariais dos médicos. É a maior reivindicação e Manuel Pizarro terá prometido para este último encontro  um documento, garantiram  FNAM e SIM.

No comunicado emitido após a reunião de ontem, a FNAM acusa o ministério de “amadorismo” na forma como conduziu as negociações. “É lamentável”, insistiu Joana Bordalo e Sá, referindo que não só a greve da próxima semana se vai manter como estão em aberto “todas as datas” para a paralisação de agosto, incluindo a primeira semana que coincidiria com a Jornada Mundial da Juventude. As datas serão decididas no conselho nacional da FNAM amanhã, no Porto. 

Caminhos separados
Já o presidente do SIM assegura que ainda que se confirme a apresentação da proposta pelo Governo “muito dificilmente” não serão endurecidos os protestos. “Esperámos até ao último minuto”, frisa, referindo-se ao facto de o SIM não ter convocado qualquer paralisação durante as negociações.

O conselho nacional do SIM reúne-se logo após o encontro com o ministro e deve anunciar uma convocatória que não coincidirá com a da próxima semana por já não haver tempo para os pré-avisos cumprirem os prazos legais. Ainda assim, garantiu, “mantemos total disponibilidade para até às greves que iremos convocar chegar a um acordo”. 

Sobre a proposta de 300 unidades de saúde familiar passarem para “tipo B”, permitindo que todas sejam remuneradas de acordo com o desempenho, Roque da Cunha classificou de positivo apesar de haver “aspetos a negociar”.  

Enfermeiros ameaçam com greve prolongada

Três sindicatos de enfermeiros - SE, SIPEnf e SITEU - convergiram e ameaçam avançar para uma greve geral e prolongada no tempo se até 4 de julho Manuel Pizarro não retomar as negociações para a valorização da carreira. Num comunicado enviado ontem, o Sindicato dos Enfermeiros defende que os profissionais não podem ficar indefinidamente à espera de resposta. 

Alexandra Inácio