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Trabalhadores das misericórdias em greve por melhores salários

Os trabalhadores das misericórdias portuguesas pedem, também, que haja um reconhecimento da antiguidade. Direitos reservados

Os trabalhadores das misericórdias estão em greve e reclamam salários justos e aumentos de remunerações a cada cinco anos de antiguidade. O presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel Lemos, está de acordo com as reivindicações e vai “continuar a pressionar o Estado”.

Os trabalhadores das misericórdias portuguesas estiveram, esta sexta-feira, em greve e reivindicam, sobretudo, aumentos salariais que têm sido adiados. Exigem uma subida nas remunerações, com retroativos a janeiro de 2023, além de um aumento de 20 euros por cada categoria a cada cinco anos de antiguidade. 

O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) chegaram a desenhar uma proposta de aumento salarial de 150 euros ou de 15% para todos os trabalhadores para 2024, mas nunca avançou. Isto, porque as misericórdias ainda nem sequer responderam à proposta de 2023, argumenta o sindicato. 

A greve é para todos os trabalhadores e a concentração teve lugar em Fátima. A dirigente sindical do CESP, Catarina Fachadas, dá o exemplo da União das Misericórdias Portuguesas, onde há  trabalhadores com 10 ou 20 anos de carreira que continuam a receber o salário mínimo, uma remuneração igual àqueles que acabaram de se juntar à equipa. 

Catarina Fachadas garante que a greve está a ter impacto, uma vez que só estão a ser cumpridos os serviços mínimos, ou seja, alimentação, higiene básica e medicação dos doentes. Já o presidente da União das Misericórdias Portuguesas nega e garante que o efeito da paralisação é "muito pequeno". Para a próxima segunda-feira, está agendada uma reunião no Ministério do Trabalho com o CESP e os representantes da União das Misericórdias Portuguesas.

“Vamos continuar a pressionar o Estado”

Manuel de Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas, assinala que estão a fazer, junto do Estado Central, "os melhores esforços" pelos trabalhadores. Reconhece que o aumento reivindicado é justo, mas que depende das comparticipações do Estado, uma vez que não têm uma atividade lucrativa.

“As nossas comparticipações deviam estar nos 50% e estão pouco acima dos 30%. Queremos pagar mais e estamos de acordo com o que pedem. Vamos continuar a fazer um esforço e a pressionar o Estado para o justo custo de respostas sociais”, afirmou o presidente. 

Maria Martins Barradas