Justiça

Dirigente sindical responsabiliza Administração da Justiça pela libertação de detidos na greve

António Marçal é presidente do SFJ Foto: Reinaldo Rodrigues/ Global Imagens

O presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ), António Marçal, garante que a libertação de detidos antes do primeiro interrogatório judicial não aconteceu só no Campus da Justiça de Lisboa, mas repetiu-se por vários tribunais do país.

E defende que a responsabilidade foi da Direção-Geral da Administração da Justiça, que se esqueceu de requerer a fixação de serviços mínimos no âmbito do protesto que decorreu nesta quarta-feira.

Tal como o JN avançou, oito “mulas” de droga, que tinham sido detidas no último fim de semana, foram libertadas nesta quarta-feira, porque, devido à greve dos funcionários judiciais, não foi possível realizar o primeiro interrogatório judicial no Campus da Justiça. António Marçal assegura que esta situação aconteceu noutros pontos do País, mas refuta qualquer responsabilidade. 

“Outros detidos foram libertados antes de serem sujeitos a primeiro interrogatório judicial, nomeadamente nos tribunais do Porto e Sintra, mas a culpa não é dos funcionários judiciais”, afirma. O dirigente sindical sublinha, aliás, que os oficiais de justiça “respeitam sempre os serviços mínimos”, mas explica que “estes não foram solicitados para esta greve pela Direção-Geral da Administração da Justiça”. 

“Foi a Direção-Geral da Administração da Justiça que falhou e o problema poderá ser maior na próxima sexta-feira, que também é dia de greve”, avisa Marçal, lembrando que, para essa data, também não foram fixados serviços mínimos pelo colégio arbitral.

Ao JN, o presidente do SFJ faz um balanço positivo do protesto desta quarta-feira. “Mais de 90% dos funcionários judiciais aderiram à greve, fazendo com que os principais tribunais do País estivessem fechados”, disse.

Roberto Bessa Moreira