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Pedro Nuno Santos admite que haja portugueses “zangados” e pede humildade e empatia

Rita Chantre / Global Imagens

O secretário geral do PS, Pedro Nuno Santos, reconhece que os Governos dos últimos oito anos não fizeram tudo bem e admite que haja portugueses zangados, reconhecendo problemas em setores como a saúde, habitação e economia.

“Temos a consciência que os portugueses estão descontentes, zangados, com a vida a marcar passo, que não ata nem desata. Não devemos apontar o dedo a quem está zangado connosco, a quem se afastou de nós, a quem acha que a solução são partidos populistas, xenófobos ou racistas. A culpa não é de quem se afastou de nós, temos de ter a capacidade de entender, mas recuperá-los e explicar que alguns partidos que se apresentam de forma populista não tem solução para os seus problemas”, afirmou Pedro Nuno Santos este sábado, durante a reunião da Comissão Nacional do PS que está a decorrer no Hotel Vila Galé, em Coimbra.

O líder socialista admite que os salários não estão no patamar ambicionado, muitas famílias têm filhos com idade para se emancipar que não conseguem sair de casa, e há famílias com familiares que esperam há muito tempo por uma cirurgia, apontando a duas palavras: humildade e empatia.

“Humildade de quem governou oito anos mas que não resolveu os problemas todos e que algumas soluções foram erradas. E temos de ter empatia. O primeiro passo para resolver os problemas dos portugueses é criar uma relação com quem está zangado”, apontou.

Apesar de reconhecer estes problemas, Pedro Nuno Santos defendeu que o PS é o único partido capaz de os resolver.

“A tensão na saúde pública não é uma característica portuguesa. O envelhecimento das populações tem consequências, desafia-nos a todos. As novas tecnologias têm custos, os medicamentos são cada vez mais caros, isso implica uma pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS) que não podemos ignorar. Mas há uma diferença entre nós e o PSD em relação ao SNS: nós não desistimos dele”, defendeu o secretário-geral, considerando haver um trabalho que tem de ser continuado na reorganização do serviço.

Reunião com forças de segurança

Perante os socialistas, Pedro Nuno Santos voltou a assumir o compromisso de aumentar as remunerações das forças de segurança em 20% até 2026 e garantiu querer reunir com os seus representantes na próxima semana, deixando elogios ao ministro da Administração Interna e seu adversário nas últimas eleições internas, José Luís Carneiro.

“Avançámos muito no reforço das remunerações das nossas forças de segurança. Temos de lembrar o que fizemos, os avanços que tivemos, o trabalho de José Luís Carneiro, que foi muito importante e temos muito orgulho nele. Nenhuma democracia funciona sem forças de segurança motivadas e reconhecidas”, considerou.

Aplausos para Manuel Alegre

Na reunião da Comissão Nacional que está a decorrer em Coimbra, foi aprovada a distinção de Manuel Alegre como presidente honorário do PS, com 95% dos votos a favor. O anúncio, feito pelo presidente do partido, Carlos César, levou a um aplauso de pé de todos os presentes no Hotel Vila Galé.

João Pedro Campos