O primeiro-ministro do Gabão, Raymond Ndong Sima, nomeado pelos militares que tomaram o poder no final de agosto, o que foi denunciado pela comunidade internacional, discursou, esta quarta-feira, perante o Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O Gabão é membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU por um período de dois anos, até ao final de 2023.
A questão da sua presença na ONU, onde decorre esta semana a Assembleia Geral anual, estava em suspenso desde que o exército gabonês derrubou, a 30 de agosto, o Presidente Ali Bongo Ondimba, que estava no poder há 14 anos.
O golpe foi denunciado pela comunidade internacional.
No Conselho de Segurança, Raymond Ndong Sima apelou ao fim da guerra na Ucrânia, sublinhando o impacto deste conflito, que está a agravar "o custo humanitário global da fome, da insegurança, da angústia e do medo".
"Temos de nos perguntar até que ponto o horror tem de ir para que se possa finalmente considerar o desanuviamento", afirmou.
"Uma voz alternativa à guerra é possível e deve ser encontrada através dos canais existentes e das resoluções relevantes deste Conselho", declarou.
Reiterou os apelos do seu país "às partes para que negoceiem de boa fé para pôr fim a esta guerra".
"Tudo deve ser feito para desanuviar a situação e criar as condições para o recurso à diplomacia", acrescentou Raymond Ndong Sima, uma das principais figuras da ex-oposição no Gabão.