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Família real assinala primeiro aniversário da morte de Isabel II

Fotografia de Isabel II em 16 de outubro de 1968 divulgada pelo Palácio de Buckingham por ocasião do primeiro aniversário da morte da rainha

Os príncipes de Gales, William e Kate, vão visitar esta sexta-feira a Catedral de São David, em Cardiff, País de Gales, para assinalar o primeiro aniversário da morte da rainha Isabel II.

O casal real vai participar numa breve cerimónia privada que incluirá uma homenagem à avó de William, o primeiro na linha de sucessão ao trono britânico, seguindo-se um encontro com membros da comunidade local, incluindo pessoas que conheceram Isabel II.

O serviço religioso é a única cerimónia pública prevista na agenda da família real para marcar o aniversário da morte da monarca, ocorrida em 8 de setembro de 2022.

Um porta-voz da família real disse à estação pública BBC que o rei Carlos III não estará em qualquer evento público oficial, optando por passar o dia "em silêncio e em privado". 

"Ao assinalar o primeiro aniversário da morte de Sua Majestade e da minha sucessão, recordamos com grande afeto a sua longa vida, o seu serviço dedicado e tudo o que significou para tantos de nós", disse Carlos III numa mensagem divulgada em texto e em áudio.

O monarca encontra-se no Castelo de Balmoral, residência na Escócia onde passou grande parte do verão e o local onde a rainha morreu aos 96 anos após 70 de reinado. 

Monumento

O Governo britânico anunciou no domingo que os planos para um monumento permanente à Rainha só serão conhecidos em 2026, ano em que se celebra o 100º aniversário do seu nascimento.

As propostas para um "tributo adequado" serão avaliadas por uma comissão liderada por Robin Janvrin, ex-secretário particular de Isabel II e depois apresentadas ao rei Carlos III e ao primeiro-ministro.

"Será um desafio único tentar capturar para as gerações futuras a extraordinária contribuição de Sua Majestade para a nossa vida nacional durante o seu longo reinado", admitiu Janvrin, que trabalhou no Palácio de Buckingham entre 1987 a 2007.

O primeiro-ministro, Rishi Sunak, enalteceu o legado da Rainha. 

"Com a distância de um ano, a dimensão do serviço prestado por Sua Majestade só parece maior. A devoção às nações do Reino Unido e da Commonwealth [organização que congrega Estados e territórios que integraram no passado o império colonial britânico] parece mais profunda. E a nossa gratidão por uma vida tão extraordinária de dever e dedicação continua a crescer", afirmou.  

Monarquia popular

Um ano após a morte da Rainha Isabel II, a monarquia parlamentar britânica continua a ser popular, mas sem o entusiasmo do período de enamoramento registado há 12 meses, por ocasião das cerimónias fúnebres e de tributo à monarca.

Uma sondagem publicada esta semana pela empresa YouGov indica que a maioria dos britânicos (59%) considera que o rei Carlos III está a fazer um bom trabalho, contra 17% que têm a opinião contrária.

Em geral, 62% dos britânicos querem que o Reino Unido continue como monarquia e só 26% prefeririam uma república, a qual tem mais apoio entre os jovens. 

Em contrapartida, 80% das pessoas com mais de 65 anos defendem a manutenção da monarquia.

Os resultados da mesma sondagem são interpretados de forma diferente pelo movimento Republic, que destacou que a opinião negativa sobre a monarquia enquanto instituição aumentou desde a morte da Rainha, há um ano. 

"Um terço das pessoas tem atualmente uma opinião muito negativa (16%) ou bastante negativa (17%) sobre a realeza. Este valor é superior aos 24% (10% e 14%, respetivamente) registados em setembro do ano passado", salientou o movimento.

A sondagem revela igualmente um aumento do apoio à abolição e uma diminuição do apoio à monarquia, acrescentou o movimento republicano, que reivindica uma duplicação do número de membros nos últimos meses.

"A monarquia está a perder rapidamente o apoio do público, é altura de o país começar a ter um debate sério sobre a alternativa democrática", argumentou o diretor do movimento, Graham Smith.

JN/Agências