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Russa condenada a oito dias de prisão por escrever "não à guerra" em boletim de voto

Reeleição de Putin foi contestada pelo Ocidente Vladimir Nikolayev / AFP

Um tribunal russo condenou na quarta-feira uma mulher de São Petersburgo a oito dias de prisão por escrever “não à guerra” num boletim de voto durante as eleições presidenciais do país, em protesto contra a campanha do presidente Vladimir Putin na Ucrânia.

A votação de três dias no fim de semana levou Putin a concorrer sem contestação a um quinto mandato no Kremlin, o que estenderá o seu governo até pelo menos 2030.

A eleição foi marcada por boletins de voto anulados, com Putin a alertar no seu discurso de vitória que os russos que o fizeram "têm de ser tratados".

O tribunal distrital de Dzerzhinsky, em São Petersburgo, deu conta que ordenou que Alexandra Chiryatyeva fosse presa por oito dias e multada em 40 mil rublos (440 euros). Afirmou que era culpada de vandalismo e de “desacreditar as forças armadas russas”.

"Chiryatyeva pegou num boltetim de voto e com um marcador vermelho escreveu 'não à guerra' no verso antes de colocá-lo na urna", declarou o tribunal.

O tribunal informou ainda que Chiryatyeva o fez no último dia da votação, quando os grupos de oposição da Rússia convocaram protestos contra uma eleição em que a vitória de Putin era inevitável.

A votação foi criticada pelo Ocidente e por observadores eleitorais russos independentes como uma das mais corruptas da história pós-soviética.

Moscovo reprimiu enormemente a dissidência enquanto as tropas russas lutavam na Ucrânia.

AFP