Praça da Liberdade

Papa apela à paz e à defesa do planeta

As alterações climáticas e a guerra dominam a atualidade mundial. Decorre a 28. Conferência das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas - COP28 no Dubai. E a guerra grassa pelo planeta, merecendo maior destaque mediático entre nós a guerra na Ucrânia e na Faixa de Gaza. Há, contudo, muitos outros conflitos espalhados pelo Mundo.

O Papa Francisco abordou estas questões no domingo numa curtíssima videomensagem (menos de dois minutos) a propósito da inauguração do “Pavilhão da Fé” no Dubai. Francisco começou por saudar a feliz iniciativa de, pela primeira vez numa COP, ter criado um espaço religioso - e lançou um apelo a todas as religiões para trabalharem em conjunto pela paz e pelo clima.

O Papa está bem consciente que, no passado como hoje, uma errónea conceção da religião ter servido e servir para desunir e promover o terrorismo e os conflitos armados. Da mesma forma, também certas conceções religiosas levam à falta de respeito pela criação.

É o caso de uma falsa interpretação da narração do Génesis na Bíblia, a qual sucede quando se focaliza a atenção apenas no mandato divino para dominar a terra (Cf. Gén 1, 28). Ora, não se pode esquecer que Deus confiou ao ser humano a criação para a cultivar e cuidar (Cf. Gén 2, 15).

O Papa convoca as religiões e propõe às nações uma aliança que não seja feita como habitualmente acontece entre elas. “O Mundo, hoje, precisa de alianças que não sejam contra alguém, mas a favor de todos”. De facto, o mais comum é as nações unirem-se contra um inimigo comum, autodenominando-se “aliadas”.

O Papa gostaria que se fizesse uma aliança global contra a guerra, ou, melhor ainda, pela paz. Do mesmo modo, as alterações climáticas deveriam ser assumidas como inimigas da Humanidade, promovendo uma grande aliança em defesa do planeta enquanto “casa comum”.

Fernando Calado Rodrigues