Cultura

Grupo Os Quatro e Meia lança um filme-concerto inédito

Sexteto pop de Coimbra gravou concerto no verão do ano passado FOTO. DR

Sexteto pop português edita “Ao Vivo no Estádio de Coimbra”, que é também um disco. JN falou com o teclista Mário Ferreira na antestreia com os fãs realizada no Porto.

O grupo pop português Quatro e Meia estreou esta quinta-feira  o filme do seu concerto no estádio de Coimbra. Os seis membros dividiram-se por  várias salas do país: Lisboa, Porto e, sem surpresas, Coimbra, que precisou de uma segunda sala. No Norteshopping estava Mário Ferreira, responsável pelas teclas e acordeão. 

A banda nascida em Coimbra há dez anos lançou também o seu terceiro álbum físico, que, tal como o filme, se dedica a este concerto intitulado “Os Quatro e Meia - Ao Vivo no Estádio de Coimbra”. 

A sala de cinema engalanou-se: cada cadeira tem um cromo personalizado para os fãs colecionarem. A banda criou esta narrativa ligada ao futebol, precisamente no concerto no Estádio de Coimbra. O objetivo, conta Mário ao JN, foi incentivar a própria equipa e “toda a gente”.

“Íamos fazer um concerto num estádio, então decidimos agir como se fosse mesmo um jogo de futebol”, explica o teclista, acrescentando que o grupo encarnou personagens de jogadores, vestindo o equipamento usado para as gravações.

"Queríamos ficar com a recordação"

Mas o filme não estava pensado. As gravações foram feitas para a banda ficar “com a recordação”. “Tocar num estádio é realmente diferente, ainda mais com o nosso público e na nossa cidade, então queríamos tê-lo”, diz Mário Ferreira.

Quando a Sony Music propôs lançar estas imagens no cinema, os Quatro e Meia ficaram reticentes e, admite Mário, tiveram medo, porque “uma coisa é ter uma ideia, outra é ser concretizada”. No filme, nenhum dos seis músicos foi  espectadores. Mário conta que acabou por ser ele próprio a editar a parte vídeo. É comum no grupo: “Os videotracks acabam por ter o nosso contributo; os guiões são do Tiago, eu faço a edição e a criatividade surge dos outros”, diz.

“Acabamos por estar ligados a estes conteúdos porque queremos fazer parte dessa criatividade multimédia e que acaba por dar um cunho muito pessoal”.

Uma nostalgia vintage

A narrativa do filme arranca com os jogadores a entrar em campo. “É tão bom estar em casa”, dizem logo a abrir. Depois, a energia vibrante das imagens, das cores e da música transportam-nos para aquele momento. Acaba uma canção. Há vontade de aplaudir. Mas lembramo-nos que estamos no cinema e não no estádio.
O filme tem um toque de estilo vintage, o que levanta imediata nostalgia – o sentimento corresponde à verdade, é o que a banda transmite quando relembra o espetáculo.

A segunda parte do “jogo” começa depois da equipa levar um “sermão” do treinador (o manager Pedro Barbosa) a exigir que mudassem de tática e mesmo de banda. Queria “outra equipa!”. É nesta altura que os Quatro e Meia tocam, no meio do público, num outro palco, o tema “Sentir o sol”.

Mário admite ter sido o seu momento favorito. ”Sentimos as pessoas e o facto de estarmos lá no meio marcou essa proximidade com os fãs”, diz.

No fim, já consciente de estar numa sala de cinema, parte do público foi falar e tirar fotografias com Mário Ferreira, enquanto outros procuravam mais cromos distribuídos pela sala. Um eco de risos e letras de músicas continuava ali a ecoar.

Tânia Soares