Uma bateria de sódio desenvolvida pela empresa sueca Northvolt pode diminuir a dependência da União Europeia em relação à China. Para além de não usar lítio, a nova bateria é mais barata e sustentável.
A Northvolt, a única empresa europeia a produzir baterias elétricas a grande escala, diz ter criado uma nova bateria de "baixo custo e mais sustentável" desenhada para armazenar eletricidade sem usar lítio, níquel, grafite e cobalto, avança o diário britânico "The Guardian".
Esta inovação pode significar o fim da dependência dos 27 estados-membros da UE em relação ao gigante asiático, uma vez que deixam de ser necessárias matérias-primas que não existem ou são pouco abundantes na Europa. A densidade do engenho é de mais de 160 watts por quilograma e é seguro a altas temperaturas.
Apesar de ter sido concebida para ser usada em centrais de eletricidade, a empresa pretende que, no futuro, possa ser usada por veículos elétricos também.
O vice-presidente da Northvolt Patrik Andreasson explica que usar a tecnologia dos iões de sódio não é novo, mas este "é o primeiro produto alguma vez feito completamente livre de matérias-primas críticas".
Este protótipo foi produzido na cidade sueca de Västerås, mas os responsáveis pelo artefacto inovador ainda não decidiram onde será produzido em larga escala, tendo em conta que o mesmo só será apresentado aos clientes em 2024, entre os quais várias marcas de automóveis.
Além da questão da dependência face aos países asiáticos, o novo dispositivo poderá ajudar no processo de descarbonização, porque o armazenamento de energia à escala industrial é encarado pelos especialistas como fulcral nesse processo.
O responsável pela empresa ressalvou, em declarações ao "The Guardian", que embora a densidade da bateria sem lítio seja mais baixa do que as que utilizam este material, a sua organização vai trabalhar para aumentar a capacidade do engenho.
Em 2021, a mesma companhia produziu a sua primeira célula de baterias de iões de lítio.