Desporto

Jogadores trans geram polémica no futebol feminino espanhol

O aparecimento de barba é uma das consequências hormonais associadas à mudança de sexo Foto: Direitos Reservados

Álex Alcaide Santos e Nil Alcón Labella representam o CE Europa e estão em processo de mudança de sexo. Partido de extrema-direita lança duras críticas, apesar de os regulamentos permitirem a utilização dos atletas, que nasceram com órgão sexuais femininos mas estão a submeter-se a tratamento hormonal.

Álex Alcaide Santos e Nil Alcón Labella estão em processo de mudança de sexo para se tornarem homens, mas não podem jogar em equipas masculinas enquanto o procedimento não estiver completo, mas nem isso, nem o facto de estarem elegíveis para disputarem jogos femininos – algo consentido pelos clubes adversários, apesar das consequências destes processos biológicos e hormonais provocarem um maior volume muscular e até o aparecimento barba –, evitou o estalar da polémica em Espanha, com o partido de extrema-direita VOX a contribuir decisivamente para tal.

As duas futebolistas representam o clube Europa, que defrontou o Terrassa no fim de semana passado, em jogo da II Liga, e foi a derrota deste último que motivou as reações mais duras e exaltadas. 

“As nossas raparigas do Terrassa perderam contra o Europa porque entre os adversários havia dois homens de barba que agora se consideram mulheres. Décadas de luta para termos o nosso lugar no desporto para agora a perversa ideologia de género querer apagar a nossa presença. Governam-nos pessoas doentes”, lê-se numa publicação de Alicia Tomás, porta-voz do partido VOX, que confunde os dados do caso.

As acusações motivaram uma reação do CE Europa, que lamentou “a violência transfóbica” da deputada. 

“Perante a violência contra duas jogadoras da equipa feminina, no Club Esportiu Europa dizemos não à violência transfóbica e LGTIfóbica e a qualquer tipo de violência. O nosso clube, ao longo da sua história centenária, tem-se distinguido pelos valores de desportivismo, fair play e cumprimento das normas desportivas em vigor”, lê no comunicado do clube. 

A nota acrescenta que “o combate aos crimes de ódio e à violência transfóbica é um dever coletivo que nos desafia a todos”. “Reiteramos e dizemos em alto e bom som que nos mantemos firmes. Contra as agressões e o fascismo, dizemos ‘nem um passo atrás’”, frisa o CE Europa.

Redação