Cultura

June Freedom promete “explosão de energia” nos concertos em Portugal

June Freedom: "Exploro diferentes géneros, principalmente o afrobeat, muito influenciado pela sonoridade do highlife nigeriano, e sinto que o meu som está mais refinado”. FOTO: Rocky Hassan

Artista encerra digressão europeia com dois espetáculos: esta quarta-feira atua em Lisboa e depois leva “7 seas” ao Hard Club, no Porto. JN falou com a nova estrela do afrobeat.

O universo afrobeat tem um novo nome que está a expandir-se a grande velocidade. June Freedom, filho de Cabo Verde, vive o sonho americano desde a sua estreia nos discos com  “Anchor baby”, em 2021. E agora tem novas sonoridades a apresentar.

Num abrir e fechar de olhos, o crescimento do artista de 35 anos foi globalizado, estendendo a sua influência pelos cantos do mundo. Notável pelo salto em ouvintes mensais no Spotify, onde já arrecadou mais de 1,5 milhões, soma noutras plataformas 71 milhões de visualizações.

June Freedom já é o artista com raízes cabo-verdianas mais ouvido em streaming, ultrapassando qualquer recorde estabelecido. Como homenagem à sua transformação, celebrando o seu lugar fixo no panorama musical, o artista batizou o novo álbum com um nome apropriado: “7 seas”. 

Sendo este projeto uma evolução pessoal de preparação para a próxima etapa da sua caminhada, o June explica ao JN que “o disco de estreia definiu o meu estilo sonoro, mas com as músicas que lancei depois, e que fazem agora parte deste novo álbum, senti que fui mais longe e que afirmei o meu estilo pelos sete continentes”.

Durante três anos, June Freedom focou-se em aperfeiçoar o seu estilo musical, principalmente tornando-o mais progressivo. Uma tarefa que demonstra a versatilidade do artista, facilitada pela sua multiculturalidade. 

Um refinamento de som

De nome civil Pedro Fontes Veiga, nascido em Boston, nos Estados Unidos, país onde continua a residir, passou a sua infância no país natal da família, Cabo Verde. Mais tarde regressou com um novo nome à América, inspirando-se no ambiente musical de Nova Iorque e Los Angeles. 

Já denominado June Freedom, transformou as suas criações em autênticas fusões culturais, conseguindo inovar e levar a sua sonoridade mais longe. Partiu as barreiras da linguagem e dos estilos musicais, definindo-se como artista acessível a uma panóplia de ouvintes. 

“Explorei diferentes géneros, principalmente o afrobeat, muito influenciado pela sonoridade do highlife nigeriano. Mesmo na produção e escolhas de ritmo, comparado com o meu outro disco, sinto que o meu som está mais refinado”. 

O afrobeat, também conhecido como afrofunk, é um género musical que envolve a combinação de sonoridades provenientes do Oeste Africano, especialmente da Nigéria, como a tradicional iorubán ou ibo e, para June Freedom, o highlife, influenciado pelo funk americano, o jazz e a soul. 

"A luta continua e é linda"

Do novo álbum, o artista destaca “Messi”, admitindo que esta é a sua canção favorita. Contudo, realça m ais dois temas, que são os últimos do álbum: “Sins” e “Zanzi”, que serão, diz o artista "aqueles que as pessoas menos terão ouvido". 

Neste segundo álbum destaca-se como um artista que planta as suas raízes, demarcando-se do mercado atual, relembrando "a necessidade da simplicidade nas canções leves, quase sussurradas, misturadas com ritmos eletricamente africanos".

As suas preferidas não foram escolhidas para single, pois June Freedom admite que com a ida marcada para Cabo Verde, decidiu lançar “Egoista”, onde canta em crioulo cabo-verdiano, adicionando assim mais uma língua ao diverso leque com que se exprime.

Desde inglês, a português, espanhol e, claro, o seu criolo materna, o artista confessa ao JN que neste momento "a prioridade é criar canções, mas sem deixar de explorar novos géneros", pois é isso que o faz sentir realizado.

“Eu não fazia a mínima ideia de que ía chegar aqui do jeito que cheguei. Para mim, a luta continua e para já está linda, mas a verdade é que ainda tenho muito por fazer”. 

"Porto: esperam por mim"

Para os seus fãs em Portugal, a espera chega agora ao fim: esta quarta-feira apresenta-se no auditório da sala Lisboa ao Vivo, às 21.30 horas. “Estou muito entusiasmado por tocar em Lisboa. Acredito que vai ser na capital que vou encontrar muitos dos meus fãs cabo-verdianos”, confessou. 

O último espetáculo da sua digressão europeia será no Porto: na quinta-feira sobe ao palco do Hard Club, às 21.30 horas. Ciente de que a comunidade o vai receber "de forma diferente da base da capital", June Freedom espera conseguir contagiar pessoas distintas para “unir culturalmente o povo”. 

Como? “Porto! Porto! Esperem por mim", pede o artista. "Prometo uma explosão de muita energia, um ambiente de união, amizade e amor. Acima de tudo, e volto a repetir, energia não faltará no concerto do Hard Club, em nenhum momento!”, promete June Freedom aos fãs portuenses. 

Provando a importância da acessibilidade na cultura, abrindo portas a um maior público, o cabo-verdiano continua a demonstrar a sua gratidão ao público que possibilitou a realização de um sonho. E diz: “Estou muito grato por tudo o que está a acontecer, que já aconteceu e pelo que ainda está para vir. Só posso dizer mais uma coisa: obrigado”.

Os bilhetes para ambos os concertos em Portugal continuam disponíveis nas bancas habituais por 20 euros.

Redação