O primeiro-ministro, Luís Montenegro, inaugurou o “Ponto C - Cultura e Criatividade”, em Penafiel. Um espaço dedicado à cultura e à criatividade, que custou cerca de 12 milhões de euros e suprime uma "lacuna" da cidade e da região.
A cerimónia, durante a tarde quinta-feira, teve música da fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Entre-os-Rios, edifício benzido e aplausos, ainda que tímidos, à chegada do chefe do Executivo, ladeado de bandeirinhas de Portugal. A inauguração do Ponto C levou muita gente a seguir os passos de Luís Montenegro, que se fez acompanhar da ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, na visita a Penafiel.
“Uma presença que nos enche de orgulho e alegria, porque no último quarto de século não há registo de um primeiro-ministro inaugurar aqui uma obra municipal”, disse o presidente da Câmara, Antonino de Sousa. “A inauguração de um espaço dedicado às artes e à cultura” vai suprir “uma lacuna de Penafiel e da região”, aduziu.
Segundo Antonino Sousa, foi percorrido “um caminho longo e sinuoso”, que culminou na “realização de um sonho de tantos e tantos anos”. Segundo o presidente da Câmara de Penafiel, o “Ponto C vai proporcionar aos penafidelense e à região o acolhimento de todo o género de artes e espetáculos” de palco.
“É um ponto de encontro, de expansão e, sobretudo, de criação de oportunidade de democratização da atividade cultural” , disse Luís Montenegro. “Os penafidelenses e todos aqueles que vivem nesta região do Vale do Sousa vão, seguramente, partilhar muitos momentos de alegria de cultura neste espaço que não é exclusivo de quem vive em Penafiel, mas uma obra que fica à disposição da região e de todo o país”, acrescentou o primeiro-ministro.
O Ponto C define “aquilo que é a Cultura para este governo”, disse Luís Montenegro. “Ter uma política cultural forte e apostar no potencial criativo é criar condições para um país mais inovador e mais competitivo”, disse o primeiro-ministro. “Apostar na cultura é construir uma sociedade mais rica, mais coesa e logo mais justa”, argumentou.
“Porque uma obra como esta tem muitas dimensões”, Montenegro elogiou a “beleza arquitetónica e integração no meio ambiente, numa perspetiva de valorização deste território municipal e de crescimento urbanístico com entrosamento entre a vida das pessoas e os equipamentos.”
Estendido por 15 mil metros quadrados de área, o Ponto C é sinónimo de uma nova centralidade, servido por uma nova via, entre a Variante do Cavalum e o centro histórico. Na zona envolvente, a praça São Martinho, inaugurada também por Luís Montenegro, beneficia de uma nova ligação pedonal ao Museu Municipal e ao centro da cidade. "Os equipamentos culturais ficam todos ligados", disse Antonino Sousa.
Esta vertente da obra, uma "outra aspiração", nas palavras do presidente da câmara, consistia numa "ligação ao centro e que permitisse a expansão da cidade para esta bela encosta do Cavalum", disse Antonino Sousa, que durante a visita guiada explicou ao primeiro-ministro como Penafiel poderia desenvolver-se em direção a nascente. "Foi também esse sonho que se concretizou, com a abertura desta avenida", batizada de António Barbosa de Melo, um penafidelense que foi segunda figura do Estado, enquanto presidente da Assembleia da República, durante a VI Legislatura (1991-1995).
"Com esta nova acessibilidade, a cidade, tantas vezes ironicamente chamada de cidade de risco ao meio, ganha uma nova área de expansão e desenvolvimento, a encosta do Cavalum, ancorada neste equipamento de arte e espetáculos, este ponto C, que pretende ser cultura e criatividade, ou como disse a senhora chefe de divisão, entre o campo e a cidade".
Nos vários espaços dos 2500 m2 de área coberta, destaca-se o anfiteatro, com capacidade para 400 pessoas, considerado pela autarquia como o maior do Vale do Sousa. A intervenção implicou a compra da Caturra, cuja casa foi mantida ao lado do nóvel edifício, verde como o vale que se ajoelha aos pés do Ponto C, e mais quatro lotes de terreno, num total de quatro hectares de terreno.
O projeto, da autoria do arquiteto Hélder Carvalho, custou 12 milhões de euros, dos quais cinco milhões oriundos de fundos comunitários e do Banco Europeu de Investimento e com o orçamento municipal. "Um grande esforço financeiro, mas que não implicou na solidez das contas" da câmara "nem condicionou as demais responsabilidades municipais", garantiu Antonino Sousa.