Justiça

Vigilantes concentram-se em frente ao Parlamento por melhores salários

Protesto decorre em frente à Assembleia da República, em Lisboa Foto: Gustavo Bom/Arquivo

Cerca de dez vigilantes concentraram-se, esta sexta-feira de manhã, em frente à Assembleia da República, em Lisboa, por melhores salários, mais fiscalização das empresas e autorização para uso de armas não letais. O grupo aguardava a chegada, ao início da tarde, de cerca de uma centena de colegas do Norte do país.

O protesto, sem ligação sindical, aconteceu quando, dentro do Parlamento, decorriam o debate e votação finais do Orçamento do Estado para 2025 e se concentravam, no mesmo largo, centenas de participantes numa outra concentração organizada pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), igualmente por melhores salários.

"Noventa e cinco por cento do património do Estado são os seguranças que protegem e estão-se pouco marimbando para nós", lamentou, ao JN, Nuno Grácio, de 23 anos e vigilante há quatro anos na área da Área Metropolitana de Lisboa e do Vale do Tejo.

Em 2025, o salário aumentará de 912 para 960 euros brutos, um valor que o vigilante considera insuficiente atendendo aos riscos que correm, nomeadamente na noite de Lisboa. Gonçalo Francisco, de 24 anos e segurança há cinco, queixa-se ainda que há colegas a fazer 250 horas a mais por mês sem que tal seja recompensado como trabalho extraordinário.

A fiscalização pela Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) do cumprimento do Contrato Coletivo de Trabalho por que estão abrangidos é outra das reivindicações, bem como a autorização para posse e uso, com formação adequada, de armas não letais.

"Temos vindo a ser desrespeitados", desabafou Nuno Grácio, para justificar o porquê de o grupo se ter decidido concentrar, esta sexta-feira, em frente à Assembleia da República.

Inês Banha