O pior cenário confirmou-se: são três as mortes causadas pelo incêndio que destruiu um edifício onde funcionava uma pensão na Rua Cimo de Vila, na zona da Batalha, no Porto.
Depois de na sexta-feira as autoridades terem retirado dos escombros o cadáver de uma mulher, no sábado foram encontrados os corpos de outras duas vítimas. Ao que tudo indica, serão os dois homems que moradores, clientes e proprietários da pensão diziam estar desaparecidos desde quarta-feira, o dia do fogo que fez colapsar por completo o interior do prédio de quatro andares. A confirmação das identidades só será possível após as autópsias e, eventualmente, testes de ADN, conforme tinha já referido o comandante dos Sapadores do Porto, Carlos Marques, quando prestava declarações sobre os restos mortais de uma pessoa que foram detetados pelas 17 horas de sábado, num local previamente sinalizado pela Unidade Cinotécnica (com cães).
O cadáver de Maria Teresa, com cerca de 50 anos, que residia na pensão com o companheiro, foi encontrado pelas 16 horas de sábado, também graças ao trabalho da Unidade Cinotécnica dos Sapadores e da Polícia Municipal. Segundo relatos no local, outro hóspede que que escapou das chamas ainda tentou salvá-la, mas não conseguiu retirá-la do prédio.
Ainda na sexta-feira, as autoridades não confirmavam oficialmente a existência de mais vítimas mortais, embora a população continuasse a dar nota de que outros dois homens, ambos de nome Vítor, que estavam alojados na pensão continuavam desaparecidos desde o dia do incêndio. Os moradores temiam que também não tivessem conseguido escapar às chamas e à derrocada do edifício. E os receios confirmaram-se.
No sábado, às 17 horas, seriam encontrados nos escombros os restos mortais de uma segunda vítima mortal. E pouco mais de seis horas depois, pelas 23.15, seria detetado um terceiro cadáver. Tal como nas situações anteriores, a PJ foi chamada ao local, rtndo sido alertada também a delegada de Saúde. Cumpridos os formalismos, o corpo foi removido para o Instituto Nacional de Medicina Legal.
Apesar de ainda não haver certezas, uma das vítimas encontradas no sábado será de um homem que circulava pela zona da Robeira e era conhecido pela alcunha de "China".
Os trabalhos de remoção dos escombros prosseguem, com as equipas a serem reforçadas e envolvendo meios dos Sapadores, dos Bombeiros Voluntários do Porto, da Polícia Municipal e da PSP, entre outras entidades.
Toneladas de destroços
Estão a ser retiradas toneladas de escombros do edifício de quatro andares, onde funcionava uma pensão e um restaurante de kebab, no rés do chão. O facto de ser uma construção antiga, com recurso a muita madeira, terá contribuído para o colapso do interior. Os trabalhos de remoção dos destroços é complexo e logo no início o comandante dos Sapadores do Porto, Carlos Marques, admitiu que poderiam levar alguns dias. Para ajudar, está a ser utilizada uma "escavadora giratória de largura reduzida, que permite um rendimento maior".
O fogo
Alerta
O alerta para o fogo foi dado pelas 17 horas de quarta-feira. Uma hora depois as autoridades consideraram-no extinto. Na altura, não havia confirmação de vítimas mortais. O interior do prédio, antigo, colapsou e parte da fachada ruiu.
Inalação de fumo
Uma mulher de 89 anos e um homem de 40 foram assistidos por inalação de fumo. A mulher seria transportada para o hospital.
Prédios afetados
Dois edifícios contíguos também foram afetados pelo fogo, que obrigou a cortar a rua.
Desalojados
O incêndio na Rua Cimo de Vila causou sete desalojados, para os quais foram encontradas alternativas de emergência.