O Monte Murado encheu, esta quinta-feira, para a missa da benção das famílias e a procissão em homenagem a Nossa Senhora da Saúde. Foram famílias inteiras que rumaram aos Carvalhos, em Vila Nova de Gaia, em nome da fé e para agradecer toda a ajuda dada pela santa ao longo do ano.
No domingo passado, Sónia Almeida foi a pé dos Carvalhos, em Vila Nova de Gaia, ao Santuário de Santa Rita, em Ermesinde (Valongo). Uma distância de 22 quilómetros que, com orgulho, salienta ter feito em "4,5 horas". Por fé. Mas não foi a devoção que a levou, esta quinta-feira, às Festas de Nossa Senhora da Saúde, às portas de casa, naquela vila da freguesia de Pedroso e Seixezelo.
"É a festa da terra e o meu filho é acólito, há uns quatro ou cinco anos. Não vai ser padre. Quer ser auxiliar de saúde. Mas adora ser acólito. É o menino mais bonito da procissão", justifica Sónia Almeida, referindo-se a Rodrigo Soares, de 16 anos, que foi um dos elementos da procissão que se seguiu à missa de benção das famílias.
Trata-se de um dos momentos mais altos de uma das maiores romarias do Norte do país, que termina esta sexta-feira, com a Festa do Cavalo, depois de ter atraído milhares de pessoas ao Santuário de Nossa Senhora da Saúde, no Monte Murado, onde feirantes como Ivone Carvalho, residente em Vila do Prado (Braga), tentam a sua sorte.
"O negócio não tem ido muito bem. Vendo malas. Não é um bem essencial. Ainda assim, vale a pena vir cá", explica Ivone Carvalho, que monta tenda nas Festas de Nossa Senhora da Saúde, nos Carvalhos, há 20 anos.
Cristina Marino e Pedro Caetano fazem negócio naquela romaria há sete anos. "Só cá estamos no feriado. Temos várias feiras para fazer e fica um pouco longe. Mas vale a pena", garante o casal, de Marco de Canaveses, que vende roupa interior e artigos de têxteis para o lar.
Mas, nos dias das festas, o Santuário de Nossa Senhora da Saúde fica repleto sobretudo de doceiras, vendedores de fruta e comes e bebes. Em cada canto com sobra, há famílias a fazer piqueniques e crianças a pedirem para andar de corrosséis. Ainda assim, a parte religiosa ainda é o ponto alto das festas.
"Celebramos o dia em que Nossa Senhora subiu ao céu. Há um último inimigo a ser vencido. Sabem qual é? A morte. Pela morte cada um de nós passa", sublinhou o bispo auxiliar do Porto, Roberto Mariz, que celebrou a missa de benção das famílias.
Aliás, o motivo pelo qual Alice Santos rumou ao Monte Murado. "Gosto de assistir à missa e de vir agradecer toda a ajuda que recebi ao longo do ano", justifica a moradora da zona do Mosteiro de Pedroso.