Justiça

Considerado inimputável homem que partilhou imagens pornográficas de criança de quatro anos

Arguido criava conteúdo pornográfico e distribuia-o na Internet Foto: Paulo Jorge Magalhães

Um homem, de 32 anos, acusado de ter partilhado imagens com conteúdo pornográfico de uma familiar próxima, de quatro anos, foi considerado inimputável pelo Tribunal da Feira, na manhã desta quarta-feira. Fica obrigado a internamento em estabelecimento hospitalar psiquiátrico.

O arguido, que se encontrava em prisão preventiva, estava acusado de quatro crimes de abuso sexual de crianças agravado e 13 crimes de pornografia de menores agravados.

O juiz João Teixeira, que presidiu ao coletivo, afirmou que a maioria dos factos, constantes na acusação, foram dados como provados.

Contudo, tendo em conta os relatórios periciais, o juiz considerou o arguido inimputável, absolvendo o mesmo, por força dessa condição, da prática de todos os crimes de que estava acusado.

Considerou, ainda, que “existe um quadro de perigo [de o homem] vir a praticar os mesmos crimes no futuro” ordenando, por isso, o internamento como “medida de segurança”. Internamento em estabelecimento psiquiátrico que terá um limite mínimo de três anos e máximo de 10 anos e oito meses. Vai continuar na prisão, enquanto não é transferido. 

O arguido terá, ainda, que pagar uma indemnização aos pais da menor no valor de cinco mil euros.

Este acórdão é o culminar de uma investigação que teve início numa sinalização de entidades internacionais relativas ao upload de imagens consideradas de abuso e exploração sexual de menores, para plataformas de internet. 

O carregamento das imagens foi efetuado a partir de acessos registados no nosso país e que, mais tarde, se apurou serem da responsabilidade do suspeito.

Na sequência da investigação foi possível deferir que o homem em causa seria o criador desses conteúdos de pornografia. Recolhia imagens de abusos e exposição sexuais, de uma criança, sua familiar, de quatro anos de idade, com a qual tinha um contacto frequente e próximo.

Salomão Rodrigues