João Silva, membro da corporação dos Bombeiros Voluntários de São Mamede de Infesta (Matosinhos), morreu durante uma pausa para refeição, durante o combate a um incêndio em Oliveira de Azeméis, que mobilizava cerca de 300 bombeiros no domingo à noite. Terá sido vítima de "doença súbita".
De acordo com fonte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil em declarações à agência Lusa, o bombeiro, conhecido como "30", "foi vítima de doença súbita". Ainda foi assistido no local por uma equipa do INEM, mas já não foi possível reverter o quadro.
Depois de estar a combater as chamas, João Silva e os colegas foram jantar e, quando estavam a tomar café, tombou e entrou em paragem cardiorrespiratória, segundo relatou fonte próxima da família ao JN. O INEM foi chamado, mas o óbito foi declarado no local. O corpo foi transportado para o hospital da Feira para ser autopsiado.
João Silva entrou novo para a corporação de S. Mamede de Infesta e foi na fanfarra que conheceu a mulher, com quem casou há 37 anos. Tinha dois filhos, sendo que o mais novo também é bombeiro, e dois netos. Durante muitos anos, trabalhava como padeiro de noite e depois de dia ia para os bombeiros.
É descrito pelos amigos como uma pessoa muito divertida, sempre a tentar arrancar sorrisos às pessoas, muito acarinhada pelos colegas, mesmo de outras corporações, sempre pronto a ajudar o próximo. Os bombeiros eram a sua vida.
"O desaparecimento de João Manuel dos Santos Silva é mais um exemplo nacional de alguém que deu a vida pelo próximo e a quem Portugal deve sentida homenagem", lê-se numa nota de pesar enviada peloMinistério da Administração Interna (MAI), esta segunda-feira, às redações.
Na mesma mensagem, o MAI endereçou "sentidas palavras de solidariedade e os mais sinceros pêsames à família, aos amigos, ao Corpo de Bombeiros Voluntários de São Mamede de Infesta e a todos os bombeiros e agentes da proteção civil que combatem neste preciso momento e sempre, os incêndios em Portugal".
Duas das três frentes do incêndio que lavra em Oliveira de Azeméis continuavam ativas pelas 7.30 horas de hoje e uma já estava "mais controlada". Segundo fonte do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil da Área Metropolitana do Porto, o posto de comando foi montado na antiga escola Sousa Bastos, junto à Estrada Nacional, naquele concelho do distrito de Aveiro.
O fumo causado pelas chamas obrigou, no domingo à noite, à evacuação do hotel Vale do Rio, por precaução.
Pelas 8 horas, segundo a informação disponível no site da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), estavam envolvidos no combate ao fogo 443 homens, apoiados por 146 viaturas.
De acordo com a ANEPC, os incêndios que ao início do dia de hoje mais meios mobilizavam - além do de Oliveira de Azeméis - eram os que lavram em Castelo Branco (248 homens e 43 veículos), Sever do Vouga (157 homens e 54 veículos) e Penalva do Castelo (111 homens e 36 veículos).