Pelo menos três pessoas morreram hoje durante uma travessia clandestina do Canal da Mancha, elevando para 76 o número de migrantes que morreram este ano em condições semelhantes, divulgou a Câmara de Sangatte, no norte de França.
As autoridades marítimas do Canal da Mancha e do Mar do Norte informaram hoje que, cerca das 6 horas, várias pessoas se encontravam na água depois de tentarem embarcar num barco sobrelotado.
A tragédia ocorreu perto de Blériot-Plage, em Sangatte, segundo informações de fonte próxima dos serviços de emergência à Agência France-Presse (AFP).
Cerca de meia centena de migrantes, muitos dos quais com hipotermia, foram socorridos em terra, quer por associações, quer por serviços do Estado, e vários recursos foram mobilizados no mar, incluindo um helicóptero da marinha francesa, indicou a autoridade marítima.
Além dos três mortos, sete pessoas ficaram em situação de emergência e 41 pessoas foram acolhidas na base náutica da cidade, supervisionada pela polícia.
Citado pela AFP, o presidente da Câmara de Sangatte, Guy Allemand, afirmou que estas movimentações "não param, é travessia atrás de travessia" e que a tendência não é para diminuir, "antes pelo contrário".
Desde o Natal, os ventos fracos favorecem as tentativas de travessia.
Entre quarta-feira e sábado, quase 1500 migrantes chegaram a águas inglesas a bordo de "pequenos barcos, frágeis e muitas vezes sobrelotados", segundo números comunicados pelas autoridades britânicas.
Desde janeiro, mais de 36 mil pessoas atravessaram com sucesso por este meio.
Esta manhã, segundo a Câmara de Sangatte, "numerosas saídas" voltaram a ocorrer.