Empréstimo a ser liquidado em outubro 2024
Muitas têm sido as opiniões e especulações sobre o tema INAPA.
Lemos verdades, meias-verdades, inverdades, artigos e opiniões. Fundamentadas em quê? Coisa nenhuma.
Vamos a factos e a dados realistas e concretos.
Apesar de colaborador do Grupo Inapa, não concordamos com a injeção provinda do Estado de milhões de euros em empresas sem qualquer garantia de recuperação.
Assim sendo, urge estabelecer uma diferença entre “injeção de capital” e “empréstimo de capital”, a ser pago em outubro de 2024, depois de a Alemanha conseguir assegurar, indubitavelmente, os seus compromissos.
Além disso, vale a pena analisar, com factos concretos, a capacidade de amortização da dívida por parte da Inapa, comparativamente com outras empresas onde o Estado tem despejado os seus “apoios”. Por isso, é preciso diferenciar aquelas onde tem sido “injeção” desta operação que pretende apenas um “empréstimo”.
Ora, à afirmação do senhor ministro da Economia de que não quer uma nova Efacec só podemos todos concordar, porque ninguém quer oferecer dinheiro à toa nem à Efacec, nem à TAP, CGD, Novo Banco/BES, BPN, CP.
O que lhe sugerimos é que compare números de forma consistente:
· Em 4 anos, a Inapa reduziu a sua dívida em 130,6 Milhões de Euros (-38,7%);
· Em 3 anos, (não existem dados sobre a dívida em 2023), a Efacec aumentou a sua dívida em 192,2 Milhões de Euros (+246,7%).
Ainda sobre dados concretos, quando se anuncia que o Estado compra ações na Global Media, na Lusa e fica com 95,9% da agência, com dinheiro que é de todos nós, não nos deveríamos questionar sobre os motivos reais e concretos deste Governo?
Os nossos meios de comunicação social não têm transparência de propriedade e não salvaguardavam um serviço público de qualidade? Quais são as opções estratégicas que o Estado tem em mente e por que motivo são uma “prioridade absoluta?
Ora, parece-nos que, em termos de prioridades, as lições não estão bem estudadas, pois, aquando da rejeição do pedido de financiamento feito pela Inapa ao seu acionista maioritário, um dos argumentos para a sua rejeição foi de que a empresa não tinha “uma atividade considerada como estratégica para a economia portuguesa”. Então, qual é a atividade que o governo considera estratégica para a economia portuguesa por parte da Global Media?
Na ausência de respostas a estas questões que nos permitam compreender a coerência do Governo nas suas decisões, solicitamos ao senhor ministro que analise os números e estabeleça as respetivas comparações e prioridades.
E se o FMI tivesse dado a mesma resposta a Portugal, quando precisamos de ajuda?