Feira de Artesanato de Vila do Conde entra, esta sexta-feira, no último fim-de-semana. Artesãos apontam menos vendas, mas ainda assim no top “das melhores do país”.
“Está um bocadinho mais fraca, mas ainda tenho esperança que melhore no fim-de-semana”, atira Diamantino Mendes, abrindo o sorriso. Aos 61 anos, o artesão do Pombal leva mais de 20 a participar na Feira Nacional de Artesanato (FNA) de Vila do Conde. Não tem dúvidas: “é das melhores do país e tem sempre muita gente”. A 46.ª FNA acaba amanhã. Ao longo dos 15 dias, mais de 400 mil pessoas terão passado pelo recinto para ver os cerca de 200 artesãos. São Tomé e Príncipe é o país convidado.
“É muito importante para nós. Nestas feiras, levamos encomendas e contactos para o resto do ano”, explica Lina Cunha. A artesã de Miranda do Corvo faz trabalhos em estanho há 30 anos. Há Santo Antónios, marcadores de livros, pulseiras, brincos e colares, copos e jarras, ímanes para o frigorífico.
Lina Cunha admite que, também para ela, a feira está, este ano, “ligeiramente mais fraca”, mas, a par com a FIA (Feira Internacional de Artesanato) de Lisboa, continua a ser “ a melhor do país”. Lina aprendeu a arte do estanho com uma velha artesã que comprava o metal “a metro” na empresa onde trabalhava. Em 2011, passou a dedicar-se em exclusivo ao artesanato. Este ano, de Vila do Conde, já leva encomendas: marcadores de livros para o Natal, uma caixa para um casamento, Santo Antónios, vários contactos. Também ela acredita que o último fim-de-semana “vai trazer muita gente à feira”.
Espalhados pelos 11 mil m2 de jardim em pleno centro da cidade, há cerca de duas centenas de artesãos de todo o país, que vão das rendas aos bordados, couros, olaria, cestaria e tapeçaria até às peças em vidro, cristal, ferro ou madeira. Muitos trabalham ao vivo e esse é também um dos atrativos da feira. Hoje e amanhã são os últimos dias para ver, das 15h00 às 0h00.
Na animação, hoje sobe ao palco “Anda Camino” (à tarde) e “Trasga” (à noite), ambos de Miranda do Douro. Amanhã é a vez d’ “Os Ruxaxá” (Vila do Conde) e Chulada da Ponte Velha (Santo Tirso). No restaurante, o fim-de-semana é dedicado aos sabores do Algarve.
No stand de Diamantino Mendes, a madeira é rainha. Queijeiras, quebra-nozes, tábuas de enchidos e bancos tradicionais são os produtos mais procurados. O artesão diz que, este ano, nota “menos emigrantes”, mas ainda assim “muito, muito movimento”. O S. Pedro tem dado uma ajuda e, tirando a abertura “molhada”, o tempo tem estado bom e “pouca nortada”. Agora, a entrada do mês de agosto e as tradicionais compras “de última hora”, Diamantino acredita que o fim-de-semana “será bom”. Para já, apesar de tudo, entre vendas, contactos e divulgação, a vinda a Vila do Conde “já valeu a pena”.