Seis apoiantes do Climáximo foram condenados a uma pena suspensa de 15 meses de prisão, a 135 dias de trabalho comunitário e ao pagamento de 5 300,59 euros por um protesto contra o agravamento da crise climática em que bloquearam um jato privado, em Cascais.
Foi lida a sentença dos seis apoiantes do Climáximo que, em dezembro de 2023, bloquearam um jato privado do Aeródromo de Cascais. Os ativistas queriam denunciar os “voos supérfluos e de luxo dos super-ricos, e o uso destas armas de destruição maciça, cujas emissões estão a matar pessoas por todo o mundo”.
Há sete meses, quando várias entidades se reuniram na COP28, na qual viajaram de jato privado, os apoiantes do Climáximo entraram nas instalações do Aeródromo de Cascais onde pintaram um jato com tinta vermelha e bloquearam a sua saída com os seus corpos.
“Hoje, apesar da admissão em tribunal da gravidade da crise climática e do impacto de protestos disruptivos, as pessoas que tomaram ação para parar a destruição foram condenadas, enquanto os verdadeiros culpados permanecem impunes,” afirma Inês Teles, uma das condenadas. A ativista acrescenta que “para os governos, tribunais e super-ricos, não importa o número de mortos e refugiados causados pela manutenção da 'normalidade', pois recusam-se a abdicar dos seus luxos e lucros milionários e escolhem reprimir quem resiste contra a destruição”.
Na semana passada, apoiantes do Climáximo estiveram em aeroportos, com ações coordenadas a nível internacional pelo fim dos combustíveis fósseis até 2030, assim como na luta em França contra a privatização e roubo da água pelas grandes indústrias. Estes protestos têm-se intensificado por toda a Europa, reforçando a necessidade de todas as pessoas agirem agora para travar o colapso climático.
Os apoiantes da Climáximo garantem que esta sentença não os intimida nem irá travar a luta e afirmam que “as empresas e os governos declararam guerra contra a Humanidade, ao provocarem e continuarem a alimentar a crise climática". "Sabemos que vão esforçar-se, mas não conseguirão esmagar a luta pela vida. As pessoas por todo o lado vão continuar a erguer-se para parar a destruição", avisam.