Cultura

Cultura de fim de semana: amores há muitos, seus românticos

Em fim de semana do Dia dos Namorados, há propostas artísticas para os mais variados gostos DR

Desconhecemos se o amor está no ar, como reza a frase batida. Mas, a avaliar pela agenda cultural dos próximos dias, a sua celebração vai passar seguramente por muitos palcos (e não só) de norte a sul do país. Basta ir ao seu encontro.

Um festival em forma de coração

Dezasseis cidades e 20 concertos em torno de um conceito: o Montepio Às Vezes o Amor.  Chegado à 10ª edição, o festival que além de celebrar o amor também celebra a música portuguesa tem fartos motivos de interesse. Até domingo, qualquer um pode construir um roteiro romântico a seu gosto, seja assistindo à dupla passagem de Jorge Palma por Penafiel, testemunhando o regresso dos Santos e Pecadores no Porto e em Lisboa ou participando no tributo Para Sempre, Marco no Teatro Aveirense.

Celebrar o amor através da escrita

Há 25 anos que o Concurso de Textos de Amor Manuel António Pina  procura impulsionar a criatividade, sem de perder de vista a promoção do amor romântico. Promovido pelo Museu Nacional da Imprensa com o apoio do “Jornal de Notícias”, o concurso tem a decorrer até dia 18 mais uma edição, à qual todos os interessados (exceto os cínicos encartados) se podem candidatar. O vencedor tem direito a mil euros (há ainda vinho do Porto e chocolates para oferta).


Penamacor (em) rima com amor

Nem só nos palcos se festeja o amor neste fim de semana. Em Penamacor, a biblioteca municipal está a assinalar a data com a solenidade que a ocasião merece. Assim, foi feita uma seleção criteriosa de alguns dos livros românticos mais emblemáticos para empréstimo aos leitores, o que por si só é garantia de horas bem passadas. Mas não só. Os visitantes terão ainda direito a um “miminho” de oferta para a sua cara-metade, numa cortesia da edilidade. Pode saber mais aqui.

Porto: a arte chega à universidade

Não é todos os dias que uma exposição que reúne os artistas portugueses mais relevantes do último século e meio é apresentada fora do contexto de um museu. Fruto de uma parceria entre a Universidade do Porto e a Fundação Ilídio Pinho, a exposição “Aula do visível” mostra no edifício Abel Salazar as continuidades e ruturas na evolução da arte portuguesa. São 120 trabalhos de pintura, desenho, escultura e fotografia que convidam a uma visita prolongada, para ser fruída com a atenção que merece. Para ver até final de maio.

São João da Madeira: David Fonseca em casa (da criatividade)

Ainda a celebrar os 25 anos de carreira, David Fonseca passa esta sexta-feira à noite por São João da Madeira e pela sua Casa da Criatividade para um concerto que esteve inicialmente agendado para outubro do ano passado. Agora em formato duo e com plateia sentada, o antigo vocalista dos Silence Four abre a porta do seu universo pessoal e artístico, explicando o contexto em que foram criadas as canções que marcaram o seu percurso.

Ritmos e batidas em Bragança

Em Bragança, as batidas que se vão fazer sentir esta sexta-feira não estão relacionadas com o Dia dos Namorados, mas com um concerto de Sam The Kid, nome maior do hip hop português. Vludo é o nome do novo projeto  que o inspirado rapper vai apresentar no Teatro Municipal de Bragança. Da parceria com Blaspsh, resultou o disco “Dedos finis”, um cruzamento artístico com sólidos resultados.

Lentes femininas em Braga 

Além do nome sugestivo, a padaria Amor & Farinha, em Braga, é também lugar de contemplação e espanto. Inserido na programação da Capital Nacional da Cultura, o ciclo “Fotógrafas Experimentais” apresenta-nos dez exposições com curadoria de Guilherme Maranhão que procuram “celebrar a fotografia como campo de experimentação e resistência criativa”, assegura o coletivo Tiro Tiro Lab, responsável pelo evento.  O JN conta-lhe tudo o que precisa saber o ciclo.

Lisboa: regressar a Gil Vicente

Já andou pelo país todo e chegou agora a Lisboa para uma despedida dos palcos à medida das suas ambições. Até 2 de março, o Teatro Variedades acolhe uma versão contemporânea da multissecular obra vincentina “A Farsa de Inês Pereira”. O diretor artístico e encenador Pedro Penim revisitou o original, transformando-o numa obra do nosso tempo que lança um olhar cáustico sobre a sociedade.

Sérgio Almeida