Justiça

PGR diz que conclusão de inquéritos mais antigos não passa por ter mais pessoas

Amadeu Guerra, que já passou pela direção do DCIAP, aproveitou ainda para criticar, mais uma vez, a falta de oficiais de justiça Foto: ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

O procurador-geral da República explicou hoje que a estratégia para concluir os inquéritos mais antigos do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) não deverá passar por ter mais pessoas a trabalhar nos processos.

Durante uma visita ao DCIAP, em Lisboa, Amadeu Guerra falou sobre os objetivos estratégicos para os próximos três anos - documento publicado na semana passada - e quais as linhas que deverão ser seguidas para que seja dada “prioridade ao encerramento dos inquéritos mais antigos”.

A maior celeridade nos processos, explicou o procurador-geral da República, “não passa necessariamente por colocar mais pessoas”.

“Passa por tentar que os OPC [Órgãos de Polícia Criminal] sejam mais rápidos, que as perícias demorem menos tempo e sejamos um pouco mais pragmáticos nos processos”, acrescentou.

Além de visitar as várias salas do departamento responsável pela investigação dos processos mais complexos de corrupção e criminalidade económico-financeira, Amadeu Guerra reuniu-se também com os magistrados, tal como tem acontecido nas visitas que tem feito às várias comarcas do país.

“Queremos um mandato de proximidade com os magistrados, queremos dizer-lhes qual é que é o nosso objetivo, incentivá-los para serem o mais rápidos possível no que diz respeito à apreciação dos processos, com linguagem simples e com despachos menos longos nos casos em que isso for possível”, explicou.

Amadeu Guerra, que já passou pela direção do DCIAP, aproveitou ainda para criticar, mais uma vez, a falta de oficiais de justiça, que diz ser “um dos maiores problemas” que existem neste momento e uma das causas dos atrasos processuais.

Além dos objetivos concretos para o DCIAP, Amadeu Guerra adiantou ainda que, em conjunto com o diretor do departamento, Rui Cardoso, já se reuniu com os magistrados que têm em mãos os processos mais mediáticos, como é o caso da operação Influencer.

“Continuamos a fazer reuniões sobre cada um dos processos”, explicou Amadeu Guerra, acrescentando que uma dessas reuniões vai acontecer já esta semana.

O objetivo é fazer um ponto de situação de cada um dos processos e quais os condicionamentos que existem para que possam ser resolvidos.

Amadeu Guerra completou no domingo 100 dias como procurador-geral da República.

Além da visita ao DCIAP, já esteve em seis comarcas - a primeira paragem foi em Aveiro, seguindo-se Setúbal, Leiria, Lisboa Norte, Portalegre e Castelo Branco.

JN/Agências