Santa Maria da Feira

Trabalhadores da fábrica de calçado Limac sem acesso ao subsídio de desemprego

Trabalhadores da Limac realizaram um protesto à porta da fábrica no fim de fevereiro Foto: Salomão Rodrigues

Os mais de 20 trabalhadores da fábrica de calçado "Limac", em Arrifana, Santa Maria da Feira, continuam sem poder recorrer ao subsídio de desemprego depois de terem rescindido o contrato de trabalho, alegando falta de pagamento de salários. A empresa diz que não há atrasos que justifiquem a quebra do vínculo.

Os trabalhadores continuam à espera da necessária documentação para poderem recorrer ao subsídio de desemprego. O JN apurou que foram emitidos documentos pela empresa, mas que os mesmos não estavam de acordo com o pretendido pelos trabalhadores, não permitindo, por isso, o acesso ao desejado subsídio.

Já depois da emissão desses documentos, a Limac foi contactada pela Autoridade para as Condições do Trabalho, solicitando a emissão de novos documentos, agora em conformidade com os parâmetros necessários.

A administração já enviou a nova documentação aos trabalhadores. Contudo, não é certo que os mesmos permitam, desta vez, o acesso ao subsídio de desemprego.

O impasse deve-se ao facto de a empresa continuar a considerar que não houve justa causa para a rescisão dos contratos e que os trabalhadores abandonaram indevidamente os seus postos de trabalho, denunciando unilateralmente o respetivo contrato.

De acordo com fonte da Limac, ao JN, permanecem por pagar 60% do subsídio de Natal e uma parte do ordenado de janeiro.

A empresa alega que a saída, que considera injustificada, destes trabalhadores, agravou ainda mais a sua situação financeira, podendo “tornar insuportável a continuação da mesma por falta de trabalhadores”.

"A empresa mantém um total espírito de colaboração, como sempre esteve, cumprindo as regras de acordo com a lei", afirmou a Limac.

Em comunicado, o candidato do Partido Socialista à Câmara Municipal, Márcio Correia, pediu uma “intervenção urgente por parte das autoridades locais e do Governo para garantir que os direitos destes trabalhadores sejam protegidos”.

O candidato propõe a criação de um gabinete de apoio para trabalhadores/empresários em risco no caso de encerramento de empresas, assegurando acompanhamento jurídico e social.

Salomão Rodrigues