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"Não podemos tirar ilações políticas", conclui ministra sobre relatório da IGAS

Ana Paula Martins Foto: Álvaro Isidoro

Ana Paula Martins considera que da inspeção à greve à INEM não se pode "fazer uma correlação com as mortes" ocorridas em outubro e novembro do ano passado. Mas admite as falhas na informação dos pré-avisos de greve.

"Não consigo identificar neste relatório alguma correlação com as mortes . Não era esse o alvo da investigação", disse a ministra da Saúde esta quinta-feira, numa reação ao relatório preliminar da Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS), em que é apontado que os serviços do Ministério da Saúde não avisaram o INEM dos pré-avisos de greve em outubro e novembro, período em que morreram 11 pessoas, após atraso no socorro.

"Há mais dois processo em curso , um do Ministério Público e um aberto pela IGAS. Nem sei quando teremos resultados. Esse segundo relatório da IGAS será sobre o que é possível saber sobre os desfechos fatais", acrescentou Ana Paula Martins, reiterando que é necessário esperar pelas conclusões.

Sobre o relatório preliminar agora conhecido, a ministra diz que ainda há contraditório a fazer, mas já conclui que houve falhas. "Mosta que há dois níves de preocupação. Enquanto ministério temos várias áreas visadas, a secretaria-geral, os gabinetes. Objetivamente é importante que se reveja os procedimentos de informação e de comunicação nomeadamente deste tipo de pré-avisos de greves às entidades do Ministério da Saúde. Isto é muito claro no relatório", disse. 

"Isso é algo que tem de nos preocupar. Não temos os procedimentos mais adequados perante um pré-aviso de greve. O INEM teria que ser avisado. Temos mesmo de tomar, desde já, ações", apontou. Numa segunda dimensão, referiu que "o INEM tem necessidade de melhorar os seus processo de convocação de serviços minimos". 

Ana Paula Martins rejeita tirar outro tipo de conclusões. "Não me parece que possamos neste momento tirar ilações políticas", comentou, rejeitando a correlação com as 11 mortes.

Mas admitiu que, perante os resultados dos inquéritos do MP e da IGAS, saberá assumir as suas responsabilidades.

Redação