Cultura

Miguel Wandschneider é o novo diretor do CIAJG

Centro Internacional das Artes José de Guimarães tem sido o “primo pobre” da cultura em Guimarães Foto: Direitos reservados

O ex-diretor artístico da Culturgest foi o nome escolhido para render Marta Mestre no museu de arte contemporânea que nasceu da Capital Europeia da Cultura, em Guimarães.

Miguel  Wandschneider assume, a partir deste mês, a Direção Artística do Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG) e da programação de Artes Visuais da cooperativa cultural A Oficina.  O curador vai ocupar o cargo deixado vago por Marta Mestre, no final do ano passado. O contrato tem uma duração prevista de três anos e tem como desafio atrair públicos para um projeto que arrancou com a Capital Europeia da Cultura, em 2012, mas que nunca alcançou a grandeza de outras iniciativas culturais na Cidade Berço.

O CIAJG tem sido o “primo pobre” da cultura em Guimarães. Esquecido pelo público, que tem sido sempre pouco e pelos Governos, que insistem em não financiar este projeto diretamente a partir do Orçamento de Estado, como fazem com a Casa e Música e com o Centro Cultural de Belém. Este é,  desde logo, o desafio de Miguel  Wandschneider: fazer muito com bem menos dinheiro do que a “concorrência”.

Miguel Wandschneider, tem 56 anos, é licenciado em Sociologia pelo ISCTE e iniciou a sua atividade de curador, em 1997,  com a exposição “Ernesto de Sousa: Revolution My Body”, na Fundação Calouste Gulbenkian. Durante 13 anos (entre 2004 e 2017), foi diretor artístico da Culturgest, onde fez a curadoria de numerosas exposições. Mais recentemente, fez a curadoria de exposições de Ana Jotta no CCA Wattis Institute, em São Francisco, na Kunsthalle de Zurique, e no Wiels, em Bruxelas. Em 2012, foi nomeado para o Walter Hoops Award for Curatorial Achievement, atribuído pela Menil Foundation em Houston.

O CIAJG, inaugurado no âmbito da Capital Europeia da Cultura, em 2012, apresentando-se como um centro de arte contemporânea, estruturado a partir da coleção do artista vimaranense José de Guimarães. O acervo do artista que cruza arte africana, pré-colombiana, chinesa antiga e obras do próprio, serve de base ao núcleo expositivo permanente que ocupa oito das 13 salas do centro.

O museu promove também uma programação regular que articula exposições temporárias, pensamento crítico e mediação cultural. O centro dispõe também  de uma Black Box- por onde passam espetáculos do Guidance ou dos Festivais de Teatro Gil Vicente -  e de uma Sala de Conferências, elementos que reforçam a sua vocação para acolher propostas interdisciplinares e experiências artísticas contemporâneas.

Depois de quatro anos à frente do CIAJG, Marta Mestre vai integrar a equipa de programação da espanhola Nuria Enguita no novo Museu de Arte Contemporânea do Centro Cultural de Belém (MAC/CCB).

Rui Dias