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A estrela de Moçambique que sonha ser Património Mundial

Parque Nacional de Maputo estende-se ao longo de 1718 quilómetros quadrados Foto: Wikimedia

O Parque Nacional de Maputo (PNM), em Moçambique, está na calha para ser elevado a Património Mundial da UNESCO.

A decisão será tomada entre os próximos dias 11 e 13 de julho, durante a 47ª sessão daquele organismo.

Para Miguel Gonçalves, administrador do PNM, a expectativa é “bastante otimista” e a possível nova classificação pode “fazer aumentar o número de turistas”.

O Parque Nacional de Maputo é um dos cinco locais indicados com “excecional potencial” para o estatuto de Património Mundial pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

A IUCN, consultora oficial sobre natureza do comité do Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, na sigla em inglês), refere que se for seguido o seu conselho serão reconhecidas “paisagens incríveis, marinhas e áreas de rica geodiversidade e biodiversidade”.

“Acima de tudo, muda a visibilidade, queremos acreditar e esperamos que possa melhorar e aumentar o número de visitantes, de turistas, e caminharmos de forma mais consolidada para a sustentabilidade financeira do parque, com todas as consequências para a indústria do turismo e para o desenvolvimento das comunidades”, disse Miguel Gonçalves à agência Lusa.

O Parque de Maputo está ligado ao parque das Zonas Húmidas iSimangaliso, na África do Sul, que já tem estatuto de património mundial.

A história da proteção ambiental a sul da capital moçambicana começou em 1932, então numa pequena área de caça, em que o elefante era das principais presas. 

Em 1969, a importância da biodiversidade local levou à classificação da área como Reserva Especial de Maputo.

A reação ao declínio provocado pela guerra civil que se seguiu à independência, recebeu o seu principal impulso em 2006 com assinatura de um memorando de entendimento entre o Governo e a Peace Parks Foundation.

Em resultado dessa cooperação, o Parque Nacional de Maputo não tem parado de crescer desde 2010, beneficiando de vários programas de reintrodução e translocação de espécies.

Aí têm o seu habitat as emblemáticas girafas e elefantes, que se passeiam habitualmente junto à Estrada Nacional 1 (N1), ao longo de 1718 quilómetros quadrados.

Oficialmente, foi criado em 07 de dezembro de 2021, juntando duas áreas protegidas contíguas, a Reserva Especial de Maputo (1.040 quilómetros quadrados na componente terrestre) e a Reserva Marinha Parcial da Ponta do Ouro (678 quilómetros quadrados).

Redação