Treinador italiano foi oficializado pela SAD portista até 2027 e tem uma cláusula de rescisão fixada em 15 milhões de euros.
Esperada há vários dias, a oficialização de Francesco Farioli como novo treinador dos dragões surgiu ontem de manhã, ficando confirmado que o italiano assinou um contrato de dois anos com a SAD portista. Ao que o JN apurou, tal como tinha acontecido com Martín Anselmi, a cláusula de rescisão foi fixada em 15 milhões de euros.
Sem esconder a felicidade com o início de uma nova aventura, Farioli teve um discurso positivo na primeira mensagem aos adeptos. “Acredito que a mentalidade e a união estão acima de tudo, porque todos os treinadores trabalham muito, mas é nisso que nos podemos distinguir. Queremos construir uma mentalidade e incutir o desejo de dar tudo. Isso para mim é inegociável, porque nós passamos muitas horas a trabalhar e não podemos ir para casa com o arrependimento de não termos dado tudo”, afirmou o ex-treinador do Ajax, aos meios de comunicação do F. C. Porto, com elogios para André Villas-Boas.
“Nunca vi um presidente tão motivado para recolocar o clube que ama no topo. Tivemos uma conexão instantânea e o meu desejo é limpar as más energias, porque uma época nova nem sempre é uma página em branco. Em três semanas não é possível limpar tudo e eu acho que é bom termos consciência das coisas que nos fizeram sentir dor. Temos que trabalhar muito, muito mesmo, e logo veremos até onde vamos”, referiu, acrescentando: “Só há uma forma de competir pelo que queremos, e isso passa pelo trabalho diário dos jogadores, do clube, da equipa técnica, dos adeptos e da cidade. Essa é a chave e este é o momento para verificar, analisar e começar a trabalhar para construir uma equipa já a partir do dia 11 [data de início da pré-temporada]. Vamos estabelecer as nossas bases e depois veremos quantos andares conseguimos construir em cima delas”.
Jogar um futebol “bravo”
Sobre as questões táticas, que tanto marcaram o curto percurso do antecessor ao leme da equipa azul e branca, Farioli foi mais cauteloso. “Acredito que o futebol é uma questão de gosto. Podemos ganhar de várias formas, mas o que nos deixa felizes é sentir que a equipa é fiel às nossas ideias. O futebol que eu proponho é aquele que mais se aproxima das minhas ideias, da minha forma de ser, um futebol bravo construído pelo desejo de ser protagonista e de colocar todas as cartas em cima da mesa. Essa é a lógica por trás de cada decisão tática. A parte tática é fundamental, mas não é tudo”, disse, definindo-se como um treinador “apaixonado”.
“A equipa vai refletir o trabalho da equipa técnica e vice-versa. Somos muito apaixonados e um pouco obsessivos com o que fazemos. Chegamos de manhã e saímos à noite, muitas vezes levando o computador para casa, porque há sempre algo a melhorar. Há uma palavra chave para nós, como equipa técnica, mas também para os jogadores, que é curiosidade. Porque o futebol e a evolução do futebol dizem-nos que o que fazemos hoje não será suficiente amanhã. Estamos sempre abertos a mudanças e a sermos desafiados para modificarmos e ajustarmos a nossa ideia”, sublinhou.