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Herdeira alemã acusada de ordenar rapto dos próprios filhos

Foto: Marcus Brandt / AFP

A herdeira de uma conhecida cadeia alemã de churrasqueiras foi a julgamento, esta sexta-feira, acusada de ordenar o rapto violento de dois dos seus filhos da casa do pai.

Christina Block enfrenta julgamento ao lado do companheiro, o apresentador de televisão alemão Gerhard Delling, e de um israelita de 35 anos que, entre outros, terá participado no rapto.

Block, a filha de 52 anos do fundador dos restaurantes Block House, está acusada de ter organizado o rapto após uma longa disputa pela custódia do filho com o ex-marido, com quem teve quatro filhos.

O marido terá mantido os dois filhos mais novos consigo após uma visita combinada em 2021 à sua casa no sul da Dinamarca, perto da fronteira com a Alemanha.

Na véspera de Ano Novo de 2023, o israelita e outros suspeitos, alguns dos quais ainda estão em fuga às autoridades, são acusados ​​de emboscar o pai na sua propriedade dinamarquesa. O grupo terá arrastado as duas crianças, um rapaz e uma rapariga de 10 e 13 anos na altura do incidente, para dentro de um carro e levou-os, de acordo com a acusação. As crianças, que resistiram aos alegados raptores, terão ficado com a boca tapada com fita adesiva e uma delas com as mãos amarradas.

Os menores foram mantidos num atrelado no sudoeste da Alemanha até Block chegar para os ir buscar a 2 de janeiro de 2024.

Delling é acusado de ser cúmplice do rapto e de organizar o regresso de Block a Hamburgo com as crianças.

As crianças foram posteriormente entregues à custódia policial por um advogado na cidade do norte da Alemanha.

No início do julgamento, a acusação afirmou que as crianças tinham sido "torturadas e brutalmente abusadas" durante o alegado rapto.

A defesa de Block rejeitou as acusações de que é alvo, afirmando que a empresária "em momento algum" deu ordens a terceiros para realizar o rapto e não tinha conhecimento prévio.

O advogado de Block, Ingo Bott, afirmou que a operação foi provavelmente organizada por iniciativa de um funcionário israelita da empresa de segurança que trabalhava para a família de proprietários de restaurantes e que percebeu a oportunidade de receber uma recompensa. De acordo com relatos dos meios de comunicação alemães, o israelita é um antigo membro da agência de inteligência Mossad, mas o seu advogado afirmou que as especulações sobre o cliente eram "infundadas".

A defesa alegou ainda que o pai dos filhos de Block tinha mantido as duas crianças ilegalmente e mantido na Dinamarca.

As datas dos julgamentos foram definidas até dezembro. As duas crianças permanecem com o pai, que entretanto obteve a guarda judicial dinamarquesa.

AFP