Depois de ter sido dado como dominado (em fase de rescaldo e vigilância) cerca do meio-dia desta terça-feira, o incêndio de Penamacor registou um novo reacendimento, por volta das 14.30 horas, continuando a ser combatido por 419 operacionais, apoiados por 130 viaturas, sete meios aéreos e seis máquinas de rastos.
Ainda assim, esse revés não compromete o trabalho de rescaldo e vigilância que os operacionais estão a fazer na maior parte do perímetro.
O incêndio teve início pouco depois das 16 horas de segunda-feira, em Aranhas, tendo entrado durante a noite no concelho de Idanha-a-Nova, através de Medelim, mas os bombeiros conseguiram travar as chamas. Uma outra frente causou preocupação na Bemposta.
Vários danos
As contas ainda não estão fechadas, mas este incêndio deixou um rasto de destruição, em Bemposta, Aranhas, Águas, aldeia do Bispo e aldeia de João Pires, a mais fustigada das povoações. As chamas destruíram várias estruturas, mas sem vítimas humanas a lamentar, como avançou o presidente da Câmara Municipal de Penamacor, António Luís Beites.
"Os prejuízos ainda não estão contabilizados, mas o fogo afetou pavilhões agrícolas, algumas casas que estavam desabitadas, animais e uma grande área florestal (olival, pinhal, eucalipto e sobreiros). Houve ainda algumas habitações em que o incêndio tocou, mas ficaram intactas, o que revela também muita prudência e cautela na prevenção dos proprietários", especificou.
O autarca recordou ainda que, a meio da tarde de segunda-feira, "houve necessidade de retirar algumas pessoas de casa por precaução" e que um operacional teve de ir ao hospital, "mas está tudo bem".
A Estrada Nacional 332, que faz a ligação Penamacor - Aldeia de João Pires - Medelim, esteve durante a tarde e noite encerrada ao trânsito.
Temperaturas altas e vento
As altas temperaturas e sobretudo o vento forte foram e são as maiores dificuldades que os bombeiros enfrentam.
Segundo o ponto de situação feito pelo comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Mário Silvestre, Penamacor "é um incêndio completamente dominado pelo vento, tendo registado uma velocidade de propagação de aproximadamente 3500 metros hora [na segunda-feira à noite], traduzindo-se numa taxa de expansão de 235 hectares/hora". Apesar de carecerem de validação oficial, este incêndio já consumiu mais de 500 hectares.
O comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil da Beira Baixa, Pedro Nunes, confirma que a maior parte da área do incêndio está "em rescaldo e vigilância", mas "as temperaturas elevadas e o vento, que continua forte, não permitem ter uma previsão sobre como a situação vai evoluir".