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O alívio que dá fôlego, mas não traz tranquilidade

Depois de semanas de tensão, foi alcançado um acordo que evita uma guerra comercial entre a UE e o seu principal parceiro, os EUA.

O "cessar-fogo" possível

Washington e Bruxelas chegaram a um acordo provisório que é "bom para toda a gente", afirmou Trump, fixando as tarifas sobre produtos europeus em 15%. Apesar de não ser o que a UE queria (uma reciprocidade "zero por zero"), Ursula von der Leyen classificou-o como um "bom negócio".

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Estarão isentos de impostos, de ambos os lados, aviões e respetivos componentes, alguns produtos químicos e farmacêuticos genéricos, máquinas para a produção de microprocessadores, alguns recursos naturais e matérias-primas críticas e certos produtos agrícolas.

E como fica Portugal?

Enquanto Estado-membro da UE, Portugal também estará sujeito às tarifas aplicadas pelos EUA. Alguns setores nacionais estão particularmente expostos, como o têxtil, o calçado, o automóvel e o armamento, onde já se teme impacto ao nível do emprego. A indústria dos vinhos poderá também ser fortemente penalizada, uma vez que EUA é um dos principais destinos das exportações portuguesas.

640 mil M€

Como parte do acordo, a UE compromete-se a comprar mais energia e armas americanas. Só a fatura energética - gás, petróleo e combustível nuclear - pode atingir 750 mil milhões de dólares (640 mil milhões de euros) em três anos.

"Para as empresas portuguesas esta "previsibilidade" é relevantíssima. Evitou-se uma nova escalada"

Rafael Alves Rocha
Diretor-geral da CIP - Confederação Empresarial de Portugal

[raio-X é uma rubrica semanal da Notícias Magazine]

Redação