A reforma do modelo da justiça desportiva é urgente e impõe uma reflexão profunda, coletiva e integrada, como foi salientado pelo presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Pedro Proença, na recente entrevista concedida à SIC.
Trata-se de uma preocupação antiga de Pedro Proença, face aos problemas decorrentes do modelo atual, excessivamente moroso e complexo para responder de forma adequada e em tempo razoável às exigências de um futebol moderno e cada vez mais profissional, à imagem da UEFA e da FIFA.
Como foi salientado, é fundamental a existência de uma justiça especializada, sensível às especificidades da realidade do futebol e do seu direito, mas feito o balanço e detetadas as fragilidades do atual modelo, é fundamental promover as mudanças necessárias para a existência de uma instância única e última de recurso (o que não sucede hoje com o Tribunal Arbitral do Desporto), capaz de decidir os processos em tempo razoável e útil, e apta a garantir a efetividade das suas decisões.
Só assim seremos capazes de garantir que a disciplina sirva os propósitos para que foi pensada e contribua para um futebol de todos e para todos.
A reivindicação não é nova. O debate que a Federação Portuguesa de Futebol está disposta a liderar, terá de ser por isso um debate alargado a todos os agentes do futebol português, em articulação com os órgãos de soberania competentes, designadamente com o Governo. Só assim esta reflexão será suscetível de criar uma dinâmica de mudança capaz de aperfeiçoar a justiça desportiva. O Futebol agradece.