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Agressão a menor origina protestos na China para exigir sanções mais severas

Lai terá sido esbofeteada por pelo menos duas colegas Foto: Captura de ecrã do vídeo da agressão partilhado nas redes sociais

Centenas de pessoas manifestaram-se na cidade chinesa de Jiangyou para exigir punições mais severas às menores envolvidas na agressão a uma colega de 14 anos, num caso filmado e divulgado online que gerou indignação generalizada nas redes sociais.

Os protestos incluíram cartazes com a imagem da vítima, de apelido Lai, e cânticos a pedir uma "investigação justa". Vídeos partilhados na rede social X, fora do alcance da censura habitual nas plataformas chinesas, mostram confrontos com a polícia e detenções pontuais.

A revolta popular intensificou-se após o anúncio, pelas autoridades policiais, de que as agressoras seriam alvo apenas de "medidas administrativas" e enviadas para um centro educativo correcional. A decisão foi tomada 12 dias depois de a queixa ter sido apresentada.

Antes disso, uma fotografia amplamente partilhada nas redes mostrava familiares de Lai ajoelhados perante um funcionário local, a pedir justiça, o que aumentou ainda mais a pressão social.

A agressão, filmada nas imediações de um estabelecimento de ensino, mostra Lai a ser esbofeteada por pelo menos duas colegas, de apelidos Liu e Peng. Num dos vídeos, uma das agressoras gaba-se de ter estado "mais de dez vezes" numa esquadra sem "nunca ter ficado mais de vinte minutos".

No mesmo dia da agressão, a 22 de julho, Lai dirigiu-se com o pai à polícia para apresentar queixa. Após um exame médico preliminar, regressou mais tarde para prestar declarações.

Segundo o jornal local "The Paper", entre 24 de julho e 3 de agosto, a polícia interrogou todas as testemunhas e solicitou um laudo forense, segundo as normas nacionais de avaliação de danos corporais, que recomendam examinar a vítima entre uma e duas semanas após a estabilização das lesões.

A 3 de agosto, os médicos descartaram fraturas ocultas e classificaram os ferimentos como ligeiros. No dia seguinte, as autoridades encerraram o caso com a aplicação de sanções administrativas.

De acordo com o mesmo jornal, as agressoras e os seus pais apresentaram desculpas formais. A família de Lai agradeceu o apoio recebido, mas pediu que o vídeo da agressão deixe de circular, para "evitar mais danos" à menor e para "retomar a normalidade o quanto antes".

O caso soma-se a outros episódios recentes de violência escolar na China, que levaram o Ministério da Educação a reforçar programas de mediação e a lançar campanhas contra o "bullying" entre estudantes.

JN/Agências