Uma mulher de 34 anos foi brutalmente agredida pelo marido bombeiro, de 35, na madrugada de domingo, por volta das 4.25 horas, numa residência na freguesia de Água de Pena, em Machico, Ilha da Madeira. A agressão, ocorrida em contexto de alegada violência doméstica, teve lugar na presença de um menor de 9 anos, filho do casal, e foi captada por uma câmara de vigilância da habitação.
As imagens, que mostram o momento e a intensidade da violência, foram partilhadas nas redes sociais e estão a gerar uma forte indignação pública.
Nas filmagens, que o JN opta por não exibir, vê-se o suspeito a entrar na casa, após tocar à campainha, e depois a sair, atrás da companheira, que acaba por agredir com extrema violência. O filho de ambos ainda se põe entre eles, mas o pai afasta-o e prossegue com as agressões. "Pai, pára, pára", implora o menor, enquanto a mãe surge prostrada no chão a chorar.
Fonte oficial da PSP disse esta segunda-feira ao JN que, alertada para a situação, aquela força policial deslocou-se de imediato ao local, confirmou os factos e prestou assistência à vítima que foi inicialmente assistida no Centro de Saúde de Machico e depois no Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal.
O suspeito da agressão, além de barbeiro, é bombeiro profissional dos quadros dos Bombeiros Municipais de Machico. Contactada hoje pelo JN, a corporação não esclareceu se o operacional se encontra suspenso de funções.
Ao "Diário de Notícias da Madeira", o suspeito admitiu a autoria das agressões e disse estar "profundamente arrependido". "Vi umas mensagens e fiquei cego. Foi isso que aconteceu e peço desculpa", disse, citado por aquele jornal.
Foram recolhidos todos os meios de prova necessários e o processo já foi remetido ao Ministério Público, que avaliará agora a aplicação urgente de medidas de proteção à vítima.
Para garantir a sua segurança, as autoridades têm realizado patrulhamento de proximidade junto à residência de familiares onde a mulher se encontrava acolhida.
Secretária diz-se "chocada" e exige "resposta firme"
Numa nota enviada ao JN, a Secretária Regional da Inclusão, Juventude e Trabalho, Paula Margarido, diz-se "profundamente chocada" com a notícia da agressão violenta ocorrida em Machico.
"Desde as primeiras horas da manhã, a Secretária, em articulação com o Instituto de Segurança Social da Madeira, através da sua equipa de apoio à vítima, tem acompanhado de perto este caso, assegurando a adoção imediata de todas as diligências necessárias para garantir a proteção e o acompanhamento da vítima e do respetivo agregado familiar", informou, na nota, acrescentando que "se trata de uma situação de extrema gravidade que exige uma resposta célere, firme e adequada."