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Novas regras no IRS engordam salários durante dois meses mas a fatura chega em abril

Reembolso do IRS no próximo ano poderá ser menor do que este ano Arquivo JN

Os salários de agosto e setembro vão ser maiores por causa das tabelas temporárias de retenção na fonte do IRS que vigoram nestes meses. Os rendimentos brutos até 1136 euros não vão descontar qualquer valor até setembro, mas a fatura chega em abril do próximo ano, pois o acerto será menor.

Muitos pensionistas e funcionários públicos já receberam o salário de agosto com a redução da retenção na fonte. Para os restantes, que recebem o salário nos próximos dias, o montante vai ser consideravelmente superior por causa das novas regras.

Como o Governo decidiu baixar em 500 milhões de euros a receita de IRS, a redução do imposto teve de ser refletida nas tabelas desde janeiro. Só que os contribuintes já estavam a descontar por valores antigos, mais altos, desde o início do ano. Por isso, o valor retido a mais é compensado agora.

Ao JN, o fiscalista e fundador da consultora Ilya, Luís Leon, exemplifica com um salário de 1136 euros, que em agosto e setembro não vai descontar IRS: "Pelas tabelas de retenção normais, esta pessoa devia ter uma redução mensal em três euros. Isto daria menos 42 euros de retenção na fonte por ano. Mas para compensar este valor, só até julho, o Governo em vez de estar a dar 42 euros, está a dar 180 euros".

De acordo com as simulações feitas pela PwC para o JN com base nas novas tabelas, um trabalhador solteiro sem filhos com um rendimento bruto de 1500 euros tinha 1149 euros de salário líquido em julho e terá 1327 euros líquidos (mais 178 euros) em agosto e setembro. No entanto, em outubro, passará a receber só 1154 euros, o que é apenas mais cinco euros por mês do que recebe atualmente. No acerto de abril, pagará 127 euros, em vez dos anteriores 91 euros.

Votam no PSD se tiverem dinheiro

Na Universidade de Verão do PSD, o ministro da Economia e da Coesão, Manuel Castro Almeida, disse que "o Governo da AD quis colocar um teto de 15% na taxa de IRS dos jovens e o PS impediu".

Manuel Castro Almeida afirmou que os portugueses vão votar no PSD caso tenham dinheiro no bolso: "Se compreenderem que com este Governo estão a ter cada vez melhores rendimentos, eles vão continuar a dar-nos o seu voto".

Delfim Machado