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Texas aprova legislação que visa fabricantes de comprimidos abortivos

Tim Mossholder/Pexels

Os legisladores do estado norte-americano do Texas aprovaram esta quinta-feira um projeto de lei que permite que os cidadãos processem os fabricantes de comprimidos abortivos e qualquer pessoa que envie o medicamento pelo correio, noticiou a Associated Press.

De acordo com a medida, os residentes do Texas poderiam processar aqueles que fabricam, transportam ou fornecem medicamentos indutores de aborto a qualquer pessoa no Texas por até 100 mil dólares (cerca de 80.800 euros).

De acordo com o projeto de lei, inclusive os médicos ou outros funcionários poderiam ser condenados a pagar 100 mil dólares.

As mulheres que recebem as pílulas para uso próprio não seriam responsabilizadas.

Apenas a grávida, o homem que a engravidou ou outros familiares próximos poderiam receber o valor total do processo.

De acordo com a Associated Press (AP), qualquer outro cidadão poderia receber apenas 10 mil dólares (cerca de 8000 euros), sendo os restantes 90 mil dólares (77 mil euros) destinados à caridade.

Os legisladores indicaram ainda que a lei não seria aplicável a mulheres que foram sexualmente violadas e que querem abortar.

A condição manter-se-ia também para as mulheres com parceiros abusivos.

A medida contém disposições que proíbem tornar pública a identidade ou os dados médicos de uma mulher que receba os comprimidos.

A proposta de lei pode ser a primeira do género nos EUA e acrescentaria mais uma camada de restrições ao aborto no Texas, que tem algumas das mais rigorosas dos EUA e já proíbe quase todos os abortos, segundo a AP.

O projeto de lei foi enviado para governador republicano do Texas, Greg Abbott, um opositor do aborto, segundo a AP.

De acordo com a mesma fonte, a lei entraria em vigor em dezembro.

Os defensores da proposta, que passou por uma votação final no Senado do Texas, controlado pelo Partido Republicano, consideram-na uma ferramenta fundamental para fazer cumprir a proibição estadual e proteger as mulheres e os fetos.

Para os opositores, a lei é mais uma forma de controlar o aborto, mas também de intimidar os profissionais de saúde de fora do Texas que estão a cumprir as leis nos seus estados.

JN/Agências