Um homem acusado de matar o senhorio à facada foi condenado, esta quarta-feira, pelo Tribunal de Portimão, a 17 anos e meio de prisão. Os sacos de plástico a tapar o corpo, bem como o machado e as cordas encontrados no local do crime, foram provas fundamentais para que o tribunal afastasse a tese de legítima defesa, evocada pelo arguido.
O crime ocorreu em junho de 2024, em Albufeira, na pastelaria que o arguido tinha arrendado à vítima.
Durante o julgamento, Diogo Zorrinho, de 27 anos, disse que foi a vítima que caiu sobre a faca quando ambos lutavam. O relato não convenceu o coletivo de juízes. Os magistrados consideraram que, ao desferir um golpe no pescoço do senhorio, de 77 anos, o arguido "agiu com dolo" e não para se defender. Joaquim Braz sofreu um corte profundo na artéria aorta.
O crime ocorreu durante um encontro na pastelaria que o arguido tinha arrendado à vítima. O arguido disse que tinha como objetivo resolver problemas relacionados com "meia renda" em atraso, mas o tribunal entendeu que a explicação foi "inverosímil" e que tinha "outras intenções".
De acordo com o tribunal, o arguido nunca soube explicar as razões da discussão e alegados confrontos físicos entre ambos. Além disso, não convenceu quando referiu que foi o senhorio quem tentou agredi-lo, primeiro com um murro e depois com a faca, devido à diferença entre a compleição física de ambos.
Ficou também provado que, ao tapar o corpo com sacos de plástico e ter no local do crime um machado e cordas, Diogo Zorrinho planeava a "dissimulação dos factos praticados".
O Ministério Público tinha pedido 12 anos de prisão, mas o tribunal decidiu condená-lo 16 anos por homicídio e a dois anos por detenção de arma proibida, resultando num cúmulo jurídico de 17 anos e meio.
No final da sessão, a família de Joaquim Braz disse que a pena foi "adequada" e a defesa anunciou que vai recorrer.