Praça da Liberdade

O álcool nos estádios e os impostos dos bilhetes

Há muito que os clubes portugueses pretendem que a venda de álcool nos estádios seja permitida, um pouco à semelhança do que acontece em muitos países da Europa. A intenção, não podemos ser completamente inocentes, assenta muito na necessidade de arranjar fontes de receitas extraordinárias e aumentar os proveitos dos clubes, mas tem riscos associados que precisam de ser pensados e exigem estudos prévios e medidas cautelosas. Uma deles passa pela necessidade de incrementar campanhas de sensibilização e o aumento do reforço da segurança para que a violência não se alastre para patamares preocupantes. O futebol português tem de ter a coragem para dar um passo em frente e não pode ficar na cauda da Europa, atrás dos principais campeonatos.

A bola está toda do lado do Governo, que até já terá mostrado abertura para que as bebidas alcoólicas possam ser vendidas nos estádios de futebol, como revelou recentemente o presidente da Liga, Reinaldo Teixeira. Mas há outros passos que precisam de ser dados e exigem sensibilidade dos governantes para que a saúde financeira dos clubes, sobretudo dos mais pequenos, possa atingir outros níveis. Um deles é fundamental e nunca foi resolvido por quem lidera os destinos do futebol em Portugal: os bilhetes continuam a ter uma taxa de IVA de 23% e deviam ser taxados a 6% como muitos espetáculos culturais. O futebol sempre foi o desporto do povo, mas à luz de quem manda ainda parece ser uma atividade para as elites.

Norberto A. Lopes