Praça da Liberdade

O Porto seguro da Democracia

Nasci no Porto, cresci no Porto, estudei sempre no Porto. Fiz aqui os meus amigos, vivi aqui os momentos que me moldaram e aprendi a olhar o mundo a partir desta cidade que tanto me orgulha. Ser do Porto é uma forma de estar frontal, autêntica e profundamente comprometida com aquilo que é justo.

Num tempo em que a política se transformou em trincheiras, em que as diferenças se confundem com ódio e o debate público é muitas vezes dominado pela desconfiança e pela agressividade, o Porto deu uma lição de grandeza democrática. Nas últimas eleições autárquicas, vimos dois homens, Pedro Duarte e Manuel Pizarro, disputar ao longo de vários meses a Câmara Municipal com elevação, com respeito e com uma serenidade rara no cenário político atual.

Ambos defenderam visões distintas, mas com um traço comum: o compromisso com a cidade e com as pessoas que nela vivem. Na noite eleitoral, os discursos de ambos foram um retrato fiel daquilo que deve ser a democracia: respeito, reconhecimento do outro e da sua boa vontade. Foi com muita alegria que vi o nosso novo presidente começar o discurso a cumprimentar o principal adversário.

Porque, no fim, o que verdadeiramente importa é aquilo que nos une: a vontade de fazer mais e melhor pelas pessoas. Mesmo quando seguimos caminhos diferentes, o destino é o mesmo: um Porto melhor, mais justo e mais humano.

O Porto mostrou que é possível discordar sem odiar, competir sem mentir. E é por isso que, mais do que nunca, acredito que esta cidade continua a ser o Porto seguro da Liberdade, o Porto seguro da Democracia.

Francisco Porto Fernandes