A ilha espanhola de Maiorca, epicentro da polémica sobre o excesso de turismo no país, irá proibir novos alugueres turísticos, pousadas da juventude e barcos de festa. A decisão decorre das preocupações crescentes com o número recorde de visitantes, que tem provocado tensões entre os habitantes, e procura tornar o local num destino de férias mais sustentável.
O presidente de Palma, a principal cidade da ilha, Jaime Martínez Llabrés, proibiu, nesta semana, novos alugueres turísticos "em todas as suas formas" no município, bem como novos albergues e a reconversão dos existentes. A medida também abrange barcos de festa que parem no porto de Palma, na sequência de queixas de ruído por parte dos residentes.
A Câmara Municipal de Palma está a preparar as proibições, que entrarão em vigor três meses após a sua aprovação, numa estratégia que pretende promover um turismo "de qualidade e sustentável", enquanto combate a "oferta ilegal" de alojamento.
Nos últimos anos, a sazonalidade turística tem vindo a diminuir e as despesas dos turistas têm aumentado, o que revela uma tendência "para um turismo de maior qualidade". Além disso, observou-se uma redução nos hóteis de baixa qualidade, face a um aumento sustentável de alojamentos de "categoria superior".
"O nosso compromisso com a qualidade, a convivência e a sustentabilidade está a refletir-se no tipo de visitantes e na oferta turística que queremos para Palma", acrescenta Llabrés, citado pela rede EuroNews.
Os esforços para travar o turismo não são inovadores. No início do ano, Espanha lançou várias restrições contra os Airbnb removendo milhares de anúncios, depois de o Ministério dos Direitos do Consumidor espanhol ter descoberto que mais de 65 mil espaços não cumpriam os regulamentos.
As novas imposições respondem à crise de habitação espanhola, que tem vindo a provocar protestos e queixas face ao aumento das rendas e preços das casas.