A nova geração de dirigentes do futebol português veio trazer uma luz de esperança nos argumentos da estratégia, planeamento, mas sobretudo na urbanidade que deve tutelar o desporto. Só uma Liga unida pode dar passos concretos na definição de um novo modelo competitivo e no plano a implementar para a distribuição dos direitos televisivos, um ponto muito importante que exige prudência e inteligência. Mas as últimas semanas foram de enorme ruído e com ataques em catadupa, desde o mapeamento do futebol ao videoárbitro, às queixas disciplinares e outras questões mesquinhas que nos atiram para o tempo em que os presidentes dos grandes faziam ondas por tudo e por nada e mostravam a face mais frágil e primitiva de uma indústria tão profissional como as melhores empresas.
Os dirigentes são movidos pela tentação de terem discursos populistas e bélicos, porque só assim conseguem conquistar o coração de determinados adeptos, que acham que um líder só pode ser visto como tal quando compra guerras barulhentas e anda de costas voltadas com o mundo. Enquanto a nova geração de dirigentes não se libertar deste colete de forças e as altas instâncias não tiverem a coragem de impor punições disciplinares severas, continuaremos intoxicados por declarações infelizes e guerrilhas que descredibilizam o nosso futebol, que tem treinadores e jogadores de excelência, mas continua a ter dirigentes sem escola.