Realizadas as eleições autárquicas, num ano em que eleições legislativas antecipadas criaram uma grande expectativa sobre uma eventual reconfiguração ideológica do eleitorado, entramos no período que já se evidencia intenso de pré-campanha das presidenciais.
As autárquicas confirmaram que as pessoas votam em pessoas, mais do que em partidos. Mostraram igualmente que os eleitores estão mais exigentes, algo que devemos saudar porque é precisamente essa exigência que fomenta a participação cívica que é o pilar do sistema democrático.
O país decidiu, freguesia a freguesia, concelho a concelho, a quem confiar a gestão local nos próximos quatro anos. No meu caso, agradeço aos matosinhenses o amplo voto de confiança que me atribuíram e que continuarei a honrar.
Não desvalorizando de modo nenhum a conquista da ANMP e da ANAFRE pelo PSD, sinto legitimidade para afirmar que estas instituições continuarão a assumir as lutas e reivindicações do conjunto dos autarcas, movidas pelo interesse comum e pela coesão social e territorial de que o país tanto necessita.
Na ANMP, as decisões tendem a ser tomadas por unanimidade. É muito mais o que nos une do que o que nos separa e não senti, na minha presidência da ANMP, que as filiações ideológicas se sobrepusessem ao real interesse das comunidades.
A ANMP prosseguirá com uma agenda bem estabelecida, reivindicando o aprofundamento da descentralização, uma nova Lei de Finanças Locais que aproxime Portugal da realidade europeia e, por certo, um Estado menos centralizado.
Tal como os autarcas, que uma vez eleitos têm a obrigação de trabalhar para todos, sem distinção, o presidente da República, garante da Constituição e defensor maior da nossa democracia, terá de ser uma personalidade que sirva todos os portugueses.
Cada um de nós escolherá o presidente que lhe pareça mais capaz de exercer a função com independência, seja perante o sistema político, seja perante grupos de interesses particulares.
Tal como nas lideranças municipais, o que deve guiar o próximo presidente é o sentido de missão, o sentido de serviço público, o dever de preservar a nossa democracia. Todos os candidatos devem primar nesta campanha pela demonstração do seu pensamento sobre o país, pela defesa inequívoca da Constituição e dos valores da República. Os cidadãos escolherão quem for mais capaz de contribuir, pela sua ação e pela influência do cargo, para o desenvolvimento do país e para a estabilidade política e social.
A minha opção pessoal está tomada e votarei em António José Seguro.