Ao longo de cinco anos, agrediu e controlou a vida da companheira. Após o fim da relação, começou a persegui-la e a ameaçá-la de morte, inclusive com uma faca de cozinha. Já proibido de a contactar, continuou a procurá-la, mantendo-a em pânico e medo por si e pela filha de ambos. Foi detido pela PSP de Oeiras e ficou preso preventivamente.
O homem de 31 anos e a vítima começaram uma relação de namoro em janeiro de 2020. Começaram a morar juntos e tiveram uma filha, hoje com dois anos, à guarda da mãe.
Segundo PSP, ao longo da relação, o suspeito manteve sempre um "comportamento agressivo, controlando os contactos sociais da ofendida, especialmente com indivíduos do sexo masculino, e recorrendo à violência física e verbal sempre que manifestava ciúmes infundados".
Destacam-se várias agressões físicas que passavam por apertos no pescoço e empurrões. Uma ocasião, sob o efeito de álcool, agarrou o pescoço da vítima com força, e danificou o seu telemóvel após o arremessar contra o solo. Noutro episódio, durante a passagem de ano de 2022 para 2023, voltou a agredir a ofendida, apertando-lhe o pescoço e os braços, tendo ainda arrombado a porta da residência quando esta se ausentou temporariamente.
Disse que ia comprar uma arma de fogo
Já este ano, em agosto, o comportamento do arguido agravou-se. Proferiu ameaças de morte, nomeadamente "posso ir preso, mas mato-te primeiro", e manifestando a intenção de obter uma arma de fogo, "o que aumentou substancialmente o estado de medo e terror da ofendida", conta a PSP. Dias depois, voltou a agredi-la fisicamente, tentando sufocá-la, e ameaçou-a com uma faca de cozinha, que encostou ao seu abdómen.
O arguido já estava sob a medida de coação de afastamento e proibição de contactos com a vítima. Porém, "continuou a violar tal determinação, efetuando múltiplas chamadas e enviando mensagens à ofendida, bem como tentando contactá-la pessoalmente no seu local de trabalho e na residência, em diferentes datas do mês de setembro do presento ano".
"Permanente estado de medo e insegurança"
"Tais comportamentos reiterados, mesmo após intervenção judicial, demonstram uma atitude persecutória e de total desrespeito pelas decisões da autoridade, mantendo a vítima em permanente estado de medo e insegurança, ao ponto de manifestar intenção de abandonar o país por receio da sua integridade física e da segurança da filha menor" descreve a PSP.
Assim, perante a gravidade dos factos, o risco de continuação da atividade criminosa e a necessidade de salvaguardar a integridade física e psicológica da ofendida, foi emitido um mandado de detenção fora de flagrante delito, tendo o mesmo sido cumprido no dia 13 de outubro
O suspeito foi detido pela PSP de Oeiras e apresentado à Autoridade Judiciária competente, onde lhe foi aplicada a medida de coação de prisão preventiva.